Fundos imobiliários

FII de escritório descola do segmento e acumula valorização de 45% em 2023

Daniel Takase, head de escritórios e imóveis do TEPP11, detalha a estratégia adotada pelo fundo para alcançar o desempenho

Por  Wellington Carvalho -

O FII Tellus Properties (TEPP11) fechou o primeiro semestre de 2023 com o melhor desempenho entre os principais fundos imobiliários do mercado e tem mantido o ritmo na segunda parte do ano.

O fundo faz parte do segmento de escritório, um dos mais prejudicados pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19. Diante da redução na circulação de pessoas, os FIIs de lajes corporativas tiveram nos últimos anos relevante perda de receita.

Diante do cenário, muitas carteiras reduziram dividendos, perderam atratividade e valor na Bolsa. Até hoje, a maior parte delas ainda negocia abaixo do valor patrimonial – um desconto médio de quase 30%.

Diferentemente da maioria dos pares, o TEPP11 vive um momento bem diferente. O fundo negocia próximo ao valor considerado justo – desconto de apenas 5% – após acumular valorização de 45% em 2023.

O percentual está acima do desempenho do Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa –, que sobe 11% no ano, e do segmento de escritórios, com alta de 9%, como aponta o índice Itrix — índice setorial de fundos imobiliários.

RentabilidadeNo MêsNo AnoÚltimos 12 meses
IFIX-0,85%11,33%6,66%
ITRIX Tijolo-1,31%16,00%8,86%
ITRIX Papel-0,36%7,47%4,97%
ITRIX Varejo-3,59%18,49%16,22%
ITRIX Galpões-0,75%14,36%8,39%
ITRIX Escritórios-2,25%9,96%-0,94%
ITRIX Shopping-0,07%24,67%16,04%

Fonte: Itrix – 16/10/2023

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Com um patrimônio líquido de R$ 401 milhões, o TEPP11 tem hoje um portfólio composto por quatro imóveis, localizados em bairros como Itaim, Pinheiros e Bela Vista, em São Paulo (SP). A vacância do portfólio, que estava em 22% no final de 2021, hoje está zerada.

“Buscamos prédios bem localizados e não nos apegamos a imóveis triple A (de alto padrão construtivo)”, explica Daniel Takase, gestor do fundo. “Focamos em ativos classe B, bem-posicionados e com grande potencial de valor”, detalha.

Ele explica que o fundo – em operação desde 2019 – jamais teve uma tese de curto prazo. A ideia, acrescenta, era um retorno futuro com a performance da gestão destes edifícios.

Além disso, Takase afirma que o fundo adotou uma postura mais cautelosa diante dos desafios dos últimos anos, controlando o endividamento e atuando na revitalização dos imóveis.

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Apesar do desempenho em 2023 e da ocupação total do portfólio, o gestor do TEPP11 não descarta novas elevações. Ele aposta principalmente nas novas fontes de receitas criadas pela gestão e na reavaliação dos ativos da carteira – fatores que podem destravar ainda mais valor para o fundo.

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Takase falou mais sobre a estratégia na edição desta semana do Liga de FIIs. Produzido pelo InfoMoney, o programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.

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