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Os Fiagros, fundos que investem na cadeia produtiva do agronegócio, atingiram patrimônio líquido de R$ 41,96 bilhões ao fim do terceiro trimestre deste ano, um crescimento mensal de 13% e de 124,3% em 12 meses. Os números foram revelados nesta segunda-feira (25) em nova edição do Boletim do Agronegócio, publicado trimestralmente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O destaque do período que terminou em setembro ficou com os fundos que investem em direitos creditórios (Fiagro-FIDC), que alcançaram 45% do total, superando pela primeira vez os produtos que alocam em ativos do mercado imobiliário (Fiagro-FII), que respondem por 43%.
Segundo o Boletim, a maioria dos Fiagros (63%) tem entre 2 mil e 5 mil cotistas, sendo que 12 produtos já alcançaram a faixa dos 15 mil investidores.
“O expressivo e constante crescimento do Fiagro demonstra seu potencial, tanto para impulsionar o financiamento do agronegócio brasileiro quanto para ampliar as opções de diversificação de investimentos para o público em geral”, avalia David Menegon, gerente de securitização e agronegócio da CVM.
O volume financeiro do agronegócio também cresceu no mercado de capitais como um todo, com alta de 22,7% em 12 meses, contra 6% de evolução do todo.
No fim de setembro, a CVM apresentou a regulação específica que irá reger os Fiagros, criando uma nova modalidade de multimercado, e prevendo estímulo para participação no mercado de carbono. As regras entram em vigor no dia 3 de março de 2025.
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CRAs em ascensão
Afetados por casos de inadimplência ao longo do ano, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) dominam as carteiras dos Fiagros, que têm R$ 10,9 bilhões aplicados no instrumento. Na sequência aparecem direitos creditórios (R$ 4,6 bilhões) e bens imóveis (R$ 3,7 bilhões).
Considerando todos os CRAs, dentro e fora do arranjo de Fiagros, esses títulos respondem por R$ 147,4 bilhões de lastro em direitos creditórios, um crescimento de 47,7% nos últimos 12 meses. No entanto, houve aumento na participação dos investidores profissionais: 58%, ante 49% no segundo trimestre.
A maior parte (89%) dos CRAs foi destinada ao financiamento de produtos agropecuários “dentro da porteira” (referente à produção, do plantio e manejo à mão-de-obra), e 91% das emissões têm prazos entre 3 e 10 anos. O principal indexador continua sendo o IPCA: 57% das emissões foram atreladas à inflação.