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Os ETFs (fundos de índice) à vista Bitcoin (BTC) acumularam US$ 18,9 bilhões em entradas líquidas entre o dia 10 de janeiro, quando foram liberados para negociação nos Estados Unidos, e o final de outubro. O montante é 12 vezes superior ao valor acumulado pelos ETFs de ouro, lançados no final de 2004, que registraram US$ 1,5 bilhão em depósitos no primeiro ano.
Esses dados fazem parte do relatório “Spot ETFs in Crypto Markets” (ETFs à vista no mercado cripto, em tradução livre), produzido pela equipe de research da exchange de criptomoedas Binance.
O material reforça, no entanto, que a entrada de capital nos produtos de cripto pode não representar apenas novo capital. Isso porque um dos 11 ETFs liberados pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) no início do ano foi o GBTC, um fundo fechado da gestora Grayscale, lançado em 2013, convertido em fundo negociado em bolsa. Naquela época, o produto financeiro já tinha US$ 28,5 bilhões em ativos sob gestão, segundo a plataforma Sosovalue.
Como o GBTC tinha uma taxa de administração mais cara na comparação com os outros ETFs e um desconto, os investidores foram atrás de produtos mais baratos. Houve uma “reorganização de posições existentes, com algum capital se movendo para ETFs conforme os investidores ajustavam as participações vez de introduzir novos fundos”, diz a equipe de research da Binance.
Hoje, o maior fundo de índice do mercado cripto é o IBIT, da gigante dos investimentos BlackRock, com US$ 26,4 bilhões em ativos sob gestão até o final de outubro. O GBTC aparece em segundo lugar, com US$ 20,1 bilhões, e o FBTC, da Fidelity Investments, fica na terceira posição, com US$ 10,3 bilhões.
Apesar dessa reorganização de capital, o interesse dos investidores institucionais pelos ETFs de BTC foi maior do que o visto no ouro. Segundo formulários 13F – relatórios obrigatórios que devem ser apresentados por gestores nos EUA com mais de US$ 100 milhões sob gestão -, 1.200 investidores institucionais se expuseram aos produtos cripto nos primeiros 10 meses de 2024, ante 95 no primeiro ano do metal, revela o material da Binance.
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Além disso, o mercado de ETFs à vista de BTC dos EUA atingiu US$ 63,3 bilhões em ativos líquidos entre janeiro e outubro, a metade dos US$ 130,9 bilhões que os fundos de índice com exposição direta ao ouro em 20 anos.
“Ao expandir o acesso à criptomoeda, esses ETFs abrem as portas para investidores de varejo e institucionais, enquanto ampliam a distribuição em mais canais de investimento. Para investidores de finanças tradicionais (“TradFi”), os ETFs de criptomoedas à vista há muito são vistos como uma porta de entrada para alocar ativos digitais dentro de portfólios”.
E os ETFs de Ethereum?
Enquanto os ETFs à vista de Bitcoin conseguiram investidores e até superaram os fundos de ouro no primeiro ano, os ETFs de Ethereum (ETH), liberados para negociação em julho, patinaram. A demanda, segundo o relatório, tem sido relativamente moderada, com a maioria dos fundos ainda aguardando entradas líquidas positivas.
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“Até agora, os ETFs de ETH viram 21,2 mil de ETH (cerca de US$ 44,7 milhões) em saídas, com fluxos negativos em 8 de 11 semanas (ou 3 meses consecutivos). Como resultado, seu AUM (ativos sob gestão) total, que atualmente gira em torno de 2,7 milhões de ETH (cerca de US$ 7,2 bilhões), tem apresentado tendência de queda desde o início”.