Duas dicas importantes para quem quer entrar de cabeça na Bolsa

Especialista em ativos acredita que mercado precisa ser melhor compreendido pelos investidores

Lys Silva

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SÃO PAULO – Quando o mercado está em baixa muita gente prefere ficar bem longe das ações para evitar prejuízos. Mas para Ken Little, jornalista e autor de 15 livros sobre investimentos e finanças, investir em ações é sempre uma boa alternativa, desde que você saiba o que está fazendo.

Em uma série de artigos para o site About Money, Little listou algumas dicas para os investidores deste mercado. Confira duas delas a seguir:

1 – O mercado de ações não se importa
O especialista ressalta que o mercado de ações não se importa com você ou com os seus planos. Ele não tem qualquer agenda e não vai se preocupar com a sua. “Apesar do que você pode ter ouvido, não há fórmulas mágicas para investir com sucesso. Não há segredos, senhas ou pessoas que você deva apertar a mão. A verdade é que entre você e o sucesso não há nada além de algum trabalho duro e um pouco de compreensão sobre os fundamentos básicos que envolvem investimentos”, explica Little.

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Enquanto os investidores institucionais têm como vantagem mais recursos e tempo integral, investidores independentes têm acesso a toda a informação necessária para ser bem sucedido. Basta saber usar.

“Pode parecer que o mercado de ações escolheu você como alvo para o desastre, mas não é bem assim. Se você for pego no lado ruim da equação de risco, entenda que quanto maior o risco, maior o potencial de recompensa e maior a chance de falha. Aceite isso. Essa é  a realidade de investir”, indica Ken.

Para o especialista, o mercado de ações é mais perigoso quando os investidores se esquecem da regra de risco/retorno e expõe as suas aplicações a um risco muito grande, especialmente quando não há um entendimento completo das perdas potenciais.

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“Investimentos no mercado de ações devem ser feitos com os olhos bem abertos. Quando você está cego por uma recompensa enorme ou com medo de uma perda em potencial, você não vai tomar boas decisões”, pondera.

2 – Ações são ideais para o longo prazo
A verdade é que ninguém sabe com certeza quando o mercado acionário irá valorizar ou desvalorizar. Mas se o que aconteceu no passado pode ser usado como um guia, a lógica ditará os mercados de hoje. “Historicamente as ações se recuperaram na sequência de uma recessão ou de um bear market (mercado de baixa). A recuperação pode ser rápida ou lenta, mas sempre acontece”, atesta Little.

Para ele, a natureza do mercado de ações é que os papéis vão valorizar até que os investidores não se sintam mais confiantes. Em seguida, o preço das ações vai cair, com os investidores vendendo para embolsar os lucros ou tentar reduzir as perdas. Ambas as ações impulsionam os preços ainda mais para baixo. Em algum momento, os investidores vão recuperar a confiança de que as ações são uma pechincha e voltar ao mercado para comprar. À medida que mais investidores entram no mercado, os preços continuam a subir o que atrai mais investidores. Os preços vão atingir um nível que mais uma vez se torna desconfortável e o ciclo recomeça.

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“A maioria dos investidores sabe que o mercado de ações não sobe ou desce em uma linha reta. Ele irá mover para cima, em seguida, recuar e, em seguida, retomar a sua ascensão. O mesmo é verdade no caminho para baixo”, explica Little. “Como lidamos com as mudanças de um período econômico difícil, os investidores devem estar cientes de que da mudança vem a oportunidade”, conclui.