Com região da Faria Lima na liderança da retomada, momento é positivo para compra de FIIs de lajes corporativas, dizem RBR e Capitânia

Para especialistas, menor oferta e avanço dos custos de construção devem ajudar a conter queda nos preços de FIIs que investem em escritórios

Bruna Furlani

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SÃO PAULO – Considerados os “patinhos feios” do mercado durante a crise sanitária, ao lado dos shoppings, os fundos imobiliários que investem em lajes corporativas podem estar em um momento de virada, e que pode ser favorável para ir às compras.

A avaliação parte de duas grandes gestoras do mercado, a RBR Asset e a Capitânia, que veem os descontos das cotas e o potencial de retomada do segmento como sustentação para o maior otimismo, especialmente com uma recuperação que já dá as caras na região da avenida Faria Lima, em São Paulo, uma das mais importantes para esses fundos.

A maior aposta no segmento de lajes corporativas foi revelada na noite desta terça-feira (28) por Guilherme Bueno, sócio-fundador da RBR Asset, e Caio Conca, sócio responsável pelo segmento imobiliário da Capitânia, em live organizada pela XP.

No evento, ambos destacaram que os próximos dois a três anos devem ser marcados por uma oferta mais baixa de lajes corporativas e que, com o avanço da inflação de custos para construção, deve ajudar a conter a queda nos preços de aluguéis no médio e no longo prazo.

“Acredito que o mercado vai ter um bom tempo para absorver essa área vaga que há hoje. Fizemos uma análise recente e, pelo primeiro mês, há sinais de que houve uma inversão da tendência, com mais locação do que entrega de prédios.”
Caio Conca, sócio responsável pelo segmento imobiliário da Capitânia

A visão é compartilhada por Bueno, da RBR. Para ele, nos últimos quatro meses, houve uma melhora sensível do mercado de lajes corporativas na ponta, com as locações voltando e a preços de mercado mais interessantes, especialmente em regiões mais nobres da capital paulista.

“Geralmente, o mercado começa puxando pela Faria Lima e ela puxa o resto. Agora, a dinâmica é diferente em regiões como a da Chucri Zaidan [área bastante comercial de São Paulo], onde há ainda um estoque grande de edifícios, e no Rio de Janeiro, onde a retomada deve demorar a ocorrer”, pontuou.

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Apesar de ser mais cauteloso com alguns tipos de ativos, o sócio-fundador da RBR Asset diz que os fundos imobiliários de lajes corporativas estão baratos. “É um bom ponto de entrada, porque os ativos foram bem amassados nos últimos tempos […]. Se a temperatura se mantiver mais ou menos constante [em termos políticos], o movimento tende a se acelerar nas áreas mais nobres de São Paulo.”

O especialista da Capitânia concorda e afirma ainda que o segmento de escritórios é hoje o que deve remunerar melhor o investidor no longo prazo. “Estamos bem animados. Não vai ter tanta coisa chegando no mercado e isso deve fazer com que os preços voltem.”

Shoppings também baratos

Além de olhar com maior atenção para os fundos imobiliários que investem em lajes corporativas, os dois pontuaram que veem o atual momento como positivo para a compra de FIIs de shopping centers.

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Segundo Conca, esses tipos de fundos não estão mais baratos do que os de lajes corporativas, mas os preços devem voltar antes. “Os shoppings devem ficar 100% do tempo abertos com a população vacinada. Com isso, acredito que eles voltariam a apresentar os resultados pré-pandemia em termos nominais no quarto trimestre deste ano ou no primeiro de 2022. Tem dinheiro na mesa”, destacou o especialista da Capitânia.

Mesmo sem citar nomes em sua preferência, Bueno, da RBR, diz que shoppings urbanos devem continuar a existir e terão bons desempenhos nesse momento de retomada. “Sem dúvida, vale a pena investir com foco no longo prazo. O dia das mães e dos namorados já foi forte. Os bons shoppings devem ter um upside [potencial de alta] razoável. Porém, é preciso ser seletivo no stock picking.”

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