Com queda de 48% na pandemia, dividendos pagos por fundos imobiliários esboçam recuperação em junho

Dados da Economatica mostram que, após caírem em maio para o menor valor em 12 meses, proventos aumentaram 17% em junho

Mariana Zonta d'Ávila

SÃO PAULO – Os fundos imobiliários, que costumam ser conhecidos pela maior estabilidade e consistência na distribuição de rendimentos, têm sido fortemente impactados pela pandemia, que impôs uma série de medidas de isolamento social para conter o avanço do coronavírus.

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Com estabelecimentos fechados e uma maior negociação de diferimentos de aluguéis, inadimplência e eventual aumento de vacância, muitos FIIs tiveram que interromper, de forma parcial ou total, a distribuição de dividendos mensais, de forma a fazer frente ao cenário de incerteza.

Levantamento feito pela provedora de informações financeiras Economatica mostra que, após atingirem o valor máximo em janeiro deste ano, os rendimentos pagos pelos fundos imobiliários caíram à mínima no mês de maio, em uma janela de 12 meses.

Fonte: Economatica

Para se ter uma ideia do estrago causado, considerando um grupo composto pelos 138 fundos imobiliários com informações disponíveis nos últimos 12 meses até junho, a soma total do pagamento de dividendos foi de R$ 322,6, em janeiro. Esse seria o volume de dividendos que um investidor receberia se tivesse uma cota de cada um dos 138 fundos.

No mês de maio, contudo, o montante despencou 48,1%, para R$ 167,3, de acordo com os dados da Economatica, refletindo o segundo mês cheio de quarentena e isolamento social para conter o avanço da Covid-19 no país.

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Quando analisada a mediana de dividend yield mensal da carteira, a taxa de 0,49%, paga em janeiro deste ano, caiu para 0,46%, em maio.

Em 2020, o mês de abril foi o que entregou melhor dividend yield, segundo a Economatica, de 0,52%.

Fonte: Economatica

Apesar da queda na distribuição de rendimentos dos fundos imobiliários, em especial no mês de maio, o levantamento esboça retomada em junho, impulsionada pela reabertura da economia.

O volume total de dividendos a ser distribuído pela carteira selecionada no mês passado ficou em R$ 195,9 (aumento de 17,1% em relação ao mês anterior), enquanto a mediana de dividend yield foi de 0,48%.

Segmentos mais afetados

Um estudo feito pela Santander Corretora sobre a distribuição de rendimentos pagos pelos fundos imobiliários do Ifix mostra o forte impacto da pandemia nos diferentes segmentos.

No primeiro semestre, o setor mais afetado foi o de varejo e shoppings. Com os estabelecimentos fechados, eles reduziram em 85% o valor distribuído em proventos aos cotistas entre os meses de janeiro e junho deste ano.

Na sequência, aparecem os fundos de fundos imobiliários (FOFs), com queda de 45%, e os FIIs de recebíveis, com redução de 35% nos proventos pagos aos cotistas.

Segundo os analistas da Santander Corretora, no caso dos fundos de papel, o resultado foi puxado pela remuneração mais baixa dos títulos atrelados ao CDI e aos índices de inflação. Já nos FOFs, os gestores tiveram menor espaço para ganhos de capital na venda de cotas, bem como menores rendimentos dos FIIs no portfólio.

Fundos imobiliários de escritórios também aparecem no estudo entre os mais impactados, com queda de 21% nos dividendos distribuídos.

No grupo dos que tiveram menor redução de proventos no semestre, aparecem os FIIs dos segmentos de logística e de agências bancárias, com quedas de 15% e 1%, respectivamente.

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