Com mais de US$ 1 tri em investimentos, gestora Wellington olha com atenção para China, Europa e EUA em 2021

Nanette Jacobson, estrategista global, e John Boselli, diretor e gestor de ações da Wellington, compartilharam suas visões para os mercados pós-coronavírus

Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – Com a proximidade de encerramento de um ano que vai entrar para a história mundial e também dos mercados financeiros, cada vez mais gestoras traçam suas recomendações em relação ao desempenho dos ativos em 2021.

E pode ser que a rotação em curso no mercado acionário americano, com um fluxo até então concentrado em ações de tecnologia e outras companhias de rápido crescimento se voltando, agora, para empresas de valor e de temas cíclicos, seja expandida.

Nanette Abuhoff Jacobson, estrategista global da Wellington, que tem mais de US$ 1 trilhão sob gestão, disse acreditar que notícias positivas, como as envolvendo as vacinas contra a Covid-19 e uma gradual reabertura das economias, vão se destacar em 2021 e marcar um ponto de virada na narrativa do mercado.

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“Elas me deixam mais confiante para tomar uma postura pró-risco em um cenário de 12 meses”, afirmou, ao participar de painel do evento Melhores Empresas da Bolsa, realizado pelo InfoMoney e pelo Stock Pickers, na noite desta quinta-feira (26).

“Para o ano de 2021, estamos otimistas que, com resultados mais confiáveis da vacina, vamos ver uma luz no fim do túnel, que vai levar a uma recuperação dos mercados financeiros, que sempre se adiantam aos fundamentos econômicos. E isso vai significar uma rotação duradoura de uma exposição mais voltada para crescimento para uma exposição com foco em valor.”

Seu foco recai sobre uma migração de recursos para mercados desenvolvidos fora dos Estados Unidos – país hoje nas preferências – e também para ações de empresas de menor capitalização e de valor.

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“Preferimos Europa e Japão, e avaliamos que setores cíclicos são mais atrativos na comparação com crescimento”, disse a estrategista, que tem posição neutra em Estados Unidos e em mercados emergentes.

A China, em especial, que responde por 40% do índice de emergentes, já teve grande alta nos mercados por ter lidado melhor com o coronavírus, aponta Nanette. Mas a visão não é das mais otimistas com o restante das economias do bloco.

“Vemos um déficit tremendo, mais ventos contrários nesses mercados, e a vacina vai demorar mais para ser distribuída nessa parte do mundo”, destacou, em alusão aos emergentes.

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Já entre os riscos monitorados, estão medidas mais agressivas de lockdown por conta de uma segunda onda de Covid-19 e uma nova recessão como consequência.

Com relação ao mercado de crédito, a estrategista mencionou ter posição neutra, ainda que moderadamente “bullish” (com visão de alta) em títulos “high yield”, de maior risco. Já na classe de títulos públicos de dez anos, o posicionamento é moderadamente “bearish” (com potencial de baixa).

Ações americanas

Ainda que Nanette aponte para uma rotação das carteiras, o mercado americano segue atrativo no contexto atual para uma estratégia de ações, defende John Boselli, diretor e gestor sênior de ações da Wellington.

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Também presente no evento Melhores Empresas da Bolsa, Boselli está à frente da gestão do fundo Wellington Global Quality Growth, que acumula valorização da ordem de 17% neste ano. Em cinco anos, o retorno médio anualizado se aproxima de 18%, de acordo com dados da provedora Morningstar.

O fundo tem foco em empresas com elevado crescimento orgânico, com modelos de negócios de alta qualidade, avaliação do fluxo de caixa livre descontado, retorno do capital para acionistas e melhora constante dos fundamentos.

Com expectativa de crescimento de 4% do PIB global em 2021, as atenções de Boselli recaem atualmente sobre as vacinas, sobre os novos estímulos a serem adotados pelos bancos centrais, especialmente o europeu, e sobre a nova presidência americana.

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A visão de que o democrata Biden vai governar “pelo centro” leva Boselli a não contar com aumentos de impostos ou grandes mudanças na regulação de saúde.

Essa avaliação o leva a ter perspectiva favorável para farmacêuticas, seguradoras de saúde, empresas de tecnologia, de comércio e de construção.

Boselli tem posição “overweight” (acima da média do mercado) em Estados Unidos e China, e “underweight” (abaixo da média) em Japão, diante de medidas mais contidas adotadas na crise e da piora da confiança do consumidor do país.

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Atualmente, 64% da posição líquida do fundo está no mercado acionário americano, seguida por emergentes asiáticos, com cerca de 9,4%.

Ainda conforme informações da Morningstar, as principais posições detidas recaem sobre Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook.

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Beatriz Cutait

Editora de investimentos do InfoMoney e planejadora financeira com certificação CFP, responsável pela cobertura do universo de investimentos financeiros, com foco em pessoa física.