Cenário é favorável para private equity e venture capital

Especialistas reunidos na Expert XP preveem chegada de “ciclo virtuoso”

Fernando Lopes

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A melhora do cenário macroeconômico, com inflação baixa, queda de juros e perspectivas mais positivas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), tende a impulsionar os investimentos de private equity e venture capital nos próximos anos no país.  “A economia é cíclica, e vamos ver bons momentos. Há um ciclo virtuoso chegando nos próximos dois anos”, disse Chu Kong, sócio da XP e gestor dos fundos de private equity da XP Asset.

O primeiro fundo da XP saiu no início de 2020, com a captação de R$ 1,4 bilhão, enquanto o XP Private Equity II levantou quase R$ 1,7 bilhão em março. “Vamos ver o fundo III em 2024”, adiantou Chu.

“Todo mundo que alocou [recursos] nos últimos anos em venture capital e private equity vai colher uma das melhores safras da indústria”, reforçou Romero Rodrigues, que foi co-fundador do Buscapé e é investidor de venture capital na Headline, fundo que captou pouco menos de R$ 1 bilhão no ano passado. Particularmente no ramo de venture capital, cujo foco está em empresas ainda “verdes”, como startups, Rodrigues afirmou que a tendência é de alta de “valuations” e melhores oportunidades.

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Priscila Rodrigues, sócia da Crescera Capital (que tem cerca de R$ 6 bilhões sob gestão) e presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), o cenário mais favorável ganha força com evoluções do arcabouço regulatório que permitiram a abertura dessas alternativas de investimentos para um público mais amplo, reforçado pela presença de pessoas físicas.

Tanto Chu Kong quanto Priscila destacaram que, para as operações de private equity, que envolvem companhias “maduras”, há boas teses de investimento sobretudo nos setores de saúde, educação, consumo, tecnologia e serviços. “Acreditamos muito no mercado consumidor brasileiro”, afirmou Priscila.

No caso do venture capital, Romero Rodrigues demonstrou interesse em iniciativas nas áreas de comércio eletrônico e ESG. Mas ele pontuou que no setor de saúde, por exemplo, “ainda há muita dor e ineficiência”, o que também abre boas oportunidades. “Há muitas oportunidades, e as perspectivas são de bons retornos. Veremos muitas chamadas de capital nos próximos meses”, concluiu Priscila Rodrigues.

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Após um período difícil, a “virada” nesse mercado começou no segundo trimestre deste ano. Segundo a Abvcap, entre abril e junho as aplicações em private equity, venture capital e corporate venture capital somaram R$ 6,5 bilhões, 23% mais que no primeiro trimestre. No private equity, o aumento foi de 28% na comparação, para R$ 4,5 bilhões, enquanto no corporate venture capital o valor aportado aumentou 209%, para R$ 680 milhões. No venture capital ainda houve queda – de 16%, para R$ 1,3 bilhão.

Os especialistas fizeram as declarações durante painel realizado na Expert XP 2023.

 

Fernando Lopes

Cobriu o setor de energia e foi editor do semanário Gazeta Mercantil Latino-Americana até 2000. Foi editor de Agro no Valor Econômico até fevereiro de 2023.