Oportunidade? CDBs passam a pagar mais após restrições a LCIs e LCAs

Taxa média dos pós-fixados de 6 meses subiu para 102,61% do CDI, enquanto juro real dos papéis de inflação de longo prazo avançaram para 5,95%, em média

Leonardo Guimarães

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O mercado de ativos bancários vem se adequando às mudanças promovidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nas regras de emissões de Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs) no último dia 1º. Desde então, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) pós-fixados e atrelados à inflação entregaram retornos mais atrativos aos investidores. 

É o que mostra um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney. A empresa mapeou 253 CDBs emitidos entre 2 e 16 de fevereiro. A comparação com o último levantamento, que rastreou os papéis emitidos entre 18 de janeiro e 1 de fevereiro, mostra que houve oportunidades melhores nas últimas duas semanas. 

CDBs pós-fixados

As taxas dos CDBs atrelados ao CDI subiram na última quinzena. Os papéis com vencimento em seis meses ofereceram, em média, 102,61% do CDI ante 100,05% no fim de janeiro, alcançando patamar atrativo, segundo Mayara Rodrigues, analista de renda fixa da XP. Ainda vale a pena investir nesses papéis; nas nossas contas, o CDI deve atingir média de 10% em 2024, patamar ainda elevado”, diz a especialista. 

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Os títulos com vencimento em 24 meses pagaram 101,44% do CDI contra taxa média de 100,82% na última leitura. Já nos vencimentos mais longos, a partir de 36 meses, a remuneração média caiu de 101,79% para 101,00%. 

Para Caio Schettino, head de alocações da Criteria, “a exposição ao CDI se torna menos interessante conforme o vencimento aumenta”. Ele comenta que a casa recomenda papéis com vencimento em até seis meses. 

Retornos de CDBs indexados ao CDI de 02 a 16 de fevereiro
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
391,00%98,50%103,50%33Banco Votorantim
699,00%102,61%120,00%18Banco Master de Investimento
1290,00%101,10%112,40%45BancoSeguro
2498,00%101,44%110,00%31Haitong Banco de Investimento do Brasil
3690,00%101,00%108,00%28Haitong Banco de Investimento do Brasil
Fonte: Quantum Finance

CDBs atrelados à inflação 

Apesar do baixo número de emissões (45), os títulos bancários atrelados à inflação podem ser boas opções, segundo a analista da XP: “temos preferência por investimentos atrelados à inflação e isso vale também para os CDBs”. 

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Levantamento da Quantum Finance revela que as taxas desses papéis subiram na última quinzena. Os juros reais médios dos títulos com prazo de 24 meses passaram de 5,50% para 5,80% na leitura mais recente. Já os retornos além da inflação em prazos de 36 meses avançaram de 5,85% para 5,95%

Retornos de CDBs indexados à inflação de 02 a 16 de fevereiro
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
244,80%5,80%6,35%17Haitong Banco de Investimento do Brasil
364,60%5,95%6,45%28Haitong Banco de Investimento do Brasil
Fonte: Quantum Finance

CDBs prefixados

Analistas vêm deixando de lado os bancários prefixados nas recomendações de investimento por não enxergarem prêmio que justifique a compra desses papéis. “Parecem estar bem precificados, oferecendo em torno de 10% ao ano, enquanto a Selic está projetada para 9%. Há uma margem justa”, comenta Rodrigues. 

Para afastar ainda mais esses papéis das recomendações, as taxas desses títulos seguem em queda. Os títulos mais curtos, com vencimento em três meses, pagaram, em média, 10,67% ao ano contra 10,85% no último levantamento. Já a remuneração média dos prefixados de 12 meses caiu de 10,38% para 9,88%. Nos mais longos, com vencimento a partir de 36 meses, a taxa média caiu de 11,03% para 10,67%. 

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Para quem quer seguir comprando prefixados, analistas recomendam adequações, como procurar vencimentos a partir de 2027, “onde há melhor assimetria na curva de juros atual”, segundo Schettino. 

Para a XP, o jeito é buscar prefixados no mercado de crédito privado, com papéis “que entregam prêmios atrativos”, mas Mayara Rodrigues Pondera: “os riscos são maiores, há exposição ao risco de crédito das empresas e a volatilidade é maior”. 

Retornos de CDBs prefixados de 02 a 16 de fevereiro
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
39,95%10,67%11,03%10Banco Daycoval
610,00%10,42%11,80%15Sinosserra Financeira
129,40%9,88%10,45%16Banco Daycoval
249,20%9,73%10,10%4Haitong Banco de Investimento do Brasil
3610,06%10,67%11,23%8Sinosserra Financeira
Fonte: Quantum Finance