Brasileiros estão investindo mais em 2024; CDB foi a principal escolha do último ano

Produtos de renda fixa avançaram, enquanto fundos imobiliários foram destaque da renda variável

Monique Lima

(Foto: Tima Miroshnichenko/ Pexels)
(Foto: Tima Miroshnichenko/ Pexels)

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Março foi o oitavo mês consecutivo em que a base de investidores pessoas físicas da B3 aumentou, somando 5,1 milhões de investidores em renda variável e 17,4 milhões em renda fixa. O total de investidores na Bolsa brasileira atingiu a marca de 19,4 milhões de pessoas físicas (descontando as duplicidades de investidores que investem em produtos das duas modalidades), uma alta de 2% nos últimos 12 meses.

Desde 2020, a base de investidores já cresceu mais de 80%, informou a B3 na última sexta-feira (17).

No último ano, renda fixa foi o principal chamariz, com destaque para os produtos bancários como CDBs, RDBs, LCIs e LCAs, que ganharam 1,9 milhão de novos investidores entre março de 2023 e março de 2024. O total sob custódia desses títulos atingiu R$ 1,7 trilhão, alta de 22% no ano. Porém, o saldo mediano caiu de R$ 7 mil para R$ 6,3 mil.

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O Tesouro Direto teve um crescimento mais tímido no mesmo período, 500 mil novos investidores, segundo a B3. O valor em custódia aumentou 23%, para R$ 130 bilhões, mas o saldo mediano também caiu na comparação anual, de R$ 3,1 mil para R$ 2,4 mil.

Por fim, a dívida corporativa, composta por produtos como debêntures, CRIs, CRAs e notas comerciais, teve aumento de saldo mediano, de R$ 43 mil para R$ 48 mil, com o valor sobre custódia subindo a R$ 310,3 bilhões e o número de investidores registrando um aumento de 32%, em 182,8 mil.

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) já havia divulgado que a captação de debêntures foi um destaque neste ano, representando uma grande parcela do total de captações de renda fixa.

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Renda variável brilha menos

Enquanto os produtos de renda fixa crescem, os de renda variável tiveram um desempenho dividido no último ano. Ações e fundos imobiliários registraram crescimento no número de investidores e no valor sob custódia, embora o saldo mediano tenha caído.

Já os ETFs e os recibos de ações internacionais (BDRs) viram seus investidores diminuírem entre março de 2023 e março de 2024, embora o valor sob custódia e o saldo mediano tenham aumentado.

Os investidores de ações cresceram em 400 mil. O valor sob custódia do produto aumentou 23%, para R$ 384,7 bilhões, enquanto o saldo mediano diminuiu para R$ 1,8 mil, dos R$ 2,2 mil anteriores.

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Fundos imobiliários ganharam 500 mil novos investidores no último ano. O total sob custódia aumentou 33%, para R$ 137 bilhões, mas o saldo mediano caiu de R$ 3 mil para R$ 2,6 mil.

Por fim, ETFs e BDRs perderam 14,5 mil e 900 mil investidores, respectivamente, mas aumentaram seus valores detidos em 45% e 56%, para R$ 12,4 bilhões e R$ 8,7 bilhões.

Experiência do investidor

Felipe Paiva, diretor de relacionamento com clientes e pessoas físicas da B3, acredita que a evolução do mercado está relacionada com o avanço da tecnologia que permite melhorar a experiência do usuário.

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“Os brasileiros já se acostumaram com as facilidades que a tecnologia pode proporcionar em diferentes áreas de economia, e não seria diferente para o mundo das finanças. O nosso papel é construir facilidades e novidades para tornar a experiência cada vez melhor, entregando otimização de tempo, serviço e informação”, diz Paiva.