Bolsa da China pode ver correção para “níveis mais realistas” e há oportunidades, diz Inter

Casa não nega que há desafios, mas vê atratividade em setores como metais básicos e varejo de luxo; veja outras apostas

Bruna Furlani

(Getty Images)

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A nova realidade chinesa de crescimento econômico mais fraco e de uma crise imobiliária afastaram investidores do país nos últimos meses e levaram a uma reprecificação dos ativos.

Ao olhar para a Bolsa chinesa, o Inter não descarta novos ajustes, mas defende que uma eventual correção de preços seria para “níveis mais realistas” e não “especulativos”, além do que o múltiplo preço sobre lucro do índice CSI 300 da China estaria “barato” na comparação com os pares internacionais.

“Os ativos de risco chineses abriram um significativo gap [diferença] versus demais pares internacionais, principalmente quando comparado com o S&P500, que segue em patamar recorde, tornando esse primeiro barato na comparação entre múltiplos”, destaca o texto.

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Olhar focado para alguns setores

A casa também avalia que há oportunidades agora, com destaque para ações ligadas a metais básicos, varejo de luxo, tecnologia e setor automotivo chinês.

Em relatório divulgado nesta semana, a especialista Gabriela Joubert afirmou que, pelo lado da demanda, o governo chinês deve anunciar e implementar medidas para estimular diferentes setores da economia.

O Inter lembra que o movimento de transição para uma economia mais verde volta a ganhar força, seja por meio de projetos de infraestrutura, como de investimentos em pesquisa e desenvolvimento para o maior consumo de energias alternativas.

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“Esse processo deve se refletir em maior demanda por baterias, o que, por consequência, deve elevar o consumo de materiais básicos como níquel, lithium, cobre e cobalto”, destaca a especialista da casa.

Outra aposta está na parte mais tecnológica. Para Joubert, o direcionamento do novo plano de desenvolvimento do governo chinês, com foco em inovação e tecnologia, deve impulsionar as indústrias de software, hardware e robótica.

A casa está otimista também com o setor automotivo chinês, com os incentivos à fabricação de carros elétricos. O Inter destaca que o nível de produção e de vendas de veículos no país têm acelerado desde o início do ano passado, assim como as exportações, o que causou até mesmo certo desconforto em algumas economias, como a europeia.

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Joubert avalia ainda que o movimento de recomposição da poupança visto ao longo dos últimos anos parece ter “estabilizado”. “O que poderia abrir espaço para uma leve retomada do consumo nos próximos trimestres”, afirma.

Problemas com o setor imobiliário

Embora veja oportunidades, o Inter pontua que há desafios no país. A casa destacou que o Produto Interno Bruto chinês teve alta de 5,2% em 2023, o que ficou abaixo dos 5,3% esperados pelo mercado.

“O número trouxe consigo questionamentos sobre o ritmo de crescimento
esperado para 2024, especialmente quanto à falta de eficácia dos estímulos anunciados pelo governo até agora”, afirmou Joubert.

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A especialista também lembrou que o banco central chinês surpreendeu o mercado na última segunda-feira (19) ao cortar a taxa de referência de 5 anos na maior intensidade desde 2019.

Joubert diz que a mudança deve ser mais uma “medida ineficaz”. Ela lembra que os chineses não compram mais imóveis, porque há um receio com uma eventual desvalorização ou com a quebra da construtora, e não por causa dos custos de financiamento mais elevados.

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