BlueMacaw vê preços baixos de escritórios e aponta oportunidades para fundos imobiliários do segmento

“Tem muita coisa aqui que, comparado com o valor histórico, está mais barato do que deveria estar”, alerta Marcelo Fedak, CEO da gestora

Wellington Carvalho

(Getty Images)

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Valores depreciados, aluguel baixo e a expectativa de forte demanda no segmento de lajes corporativas despertam a atenção da BlueMacaw, gestora de fundos imobiliários com R$ 2 bilhões em custódia, que identifica boas oportunidades no setor. O tema foi destaque do Investor Day, evento online realizado pela empresa na noite desta quinta-feira (2).

Marcelo Fedak, CEO da BlueMacaw, lembra que a vacância no segmento aumentou como resultado das restrições impostas pela pandemia do Covid-19, mas deverá cair aos níveis anteriores com o movimento de retorno ao escritório.

Segundo ele, o Brasil já mostra forte movimento de retorno aos escritórios e a circulação em ambiente de trabalho no País já é maior do que a média global. “Empresas pequenas podem até manter o trabalho virtual, mas companhias grandes terão dificuldade de criar cultura corporativa fora do escritório ou mesmo formatar um modelo híbrido de trabalho”, afirma.

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No entanto, Fedak aponta que o nível de entrega de novas lajes corporativas está abaixo da média histórica e a expectativa, até o momento, é de que este nível mais baixo se mantenha nos próximos anos. “Então a gente vai ter um cenário que haverá demanda por escritórios, não terá tanta oferta, a vacância será consumida e gerará um círculo positivo”, prevê.

Diante do cenário, Fedak reforça a aposta nas lajes corporativas. “Tem muita coisa aqui que, comparado com o valor histórico, está mais barato do que deveria estar. E com a convicção que temos de que haverá o retorno ao trabalho presencial, é um bom negócio estar posicionado no setor”.

O CEO da BlueMacaw dá o exemplo da negociação de seis andares do Pátio Malzoni, famoso edifício da região da Faria Lima, em São Paulo (SP). Os espaços foram adquiridos por R$ 39 mil reais o metro quadrado. Em Londres e em Nova Iorque, empreendimentos semelhantes estariam sendo negociados entre R$ 72 mil e R$ 118 mil, segundo ele.

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Na avaliação de Fedak, a relação de risco e retorno está bastante favorável no segmento de lajes corporativas. “Além da expectativa de retorno interessante, você já está muito perto do começo da recuperação do setor, ou seja, é possível entrar no negócio em um nível bastante defensivo”.

Outro atrativo do segmento de escritórios é o valor médio dos aluguéis que, segundo Fedak, está entre os mais baratos do mundo. De acordo com dados apresentados pela BlueMacaw, o valor do metro quadrado da locação em São Paulo está em torno de US$ 19, contra US$ 25 em Buenos Aires e US$ 69 em Nova York.

“Em 2013, estávamos em níveis parecidos com o mercado americano, na casa dos US$ 50. Havia um exagero naquela época, mas hoje estamos em um nível mais baixo”, detalha Fedak.  “Hoje, [o Brasil] é o mercado mais barato em toda América Latina, o que também não é comum”.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.