As estratégias do Alaska Black, o melhor fundo de ações do país segundo o ranking InfoMoney-Ibmec

O InfoMoney conversou com o gestor Henrique Bredda sobre as principais posições do fundo 

Diego Lazzaris Borges

SÃO PAULO – O Alaska Black é um dos fundos brasileiros que mais chamaram atenção nos últimos anos. Nas rodinhas do mercado financeiro, o fundo de ações gerido por Henrique Bredda e Ney Miyamoto dificilmente deixa de ser mencionado e há um bom motivo para isso: o Black vem entregando resultados invejáveis aos seus cotistas.

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O desempenho acaba de ser reconhecido. O Alaska Black BDR Nível 1, um dos fundos de ações disponíveis na plataforma da XP Investimentos, foi classificado como o melhor fundo de ações do país na primeira edição do ranking InfoMoney-Ibmec.

Com base numa metodologia desenvolvida pelo Ibmec, uma das principais escolas de negócios e finanças do país, o ranking premiou os melhores fundos do mercado brasileiro num período de três anos, entre 2016 e 2018.

Foi analisado o rendimento e também o risco dos fundos nesse período. O objetivo é premiar a consistência de retornos, e não apenas os resultados de curto prazo – e, na categoria de ações, o fundo da gestora Alaska foi o que mais se destacou.

Além de Bredda e Miyamoto, a gestora tem como sócio Luiz Alves Paes de Barros, um dos maiores investidores individuais da bolsa brasileira — e conhecido por sua visão de longo prazo.

Além de investir em ações de empresas brasileiras, o fundo tem mandato para operar câmbio e BDRs (recibos de ações de empresas internacionais que são negociados aqui). No entanto, a estratégia principal desde 2016 tem sido ficar 100% comprado em ações de companhias nacionais e apostar na queda do dólar. “Achamos que a Bolsa está mais barata em dólar do que em real”, disse Bredda ao InfoMoney.

O fato de comprar Bolsa e vender dólar denota a posição agressiva da equipe de gestão. Mas Bredda gosta de deixar claro que o fundo é flexível. “Nós estamos arrojados porque faz sentido neste momento. Quando não fizer, podemos ficar mais conservadores”, afirma.

Em 2016, quando o mercado acionário brasileiro passava por uma fase complicada, deprimido pela fraca atividade econômica, ele garimpava ações em meio a resultados trimestrais desanimadores. O foco era comprar empresas que estavam baratas. “Mas não era fácil encontrar, porque a maioria não tinha lucro e só queimava caixa”, afirma o gestor.

O case que mais chamou atenção do mercado foi o de Magazine Luiza. As ações da varejista se valorizaram quase 8.000% desde 2016 e ajudaram a impulsionar as cotas do Black, que chegou a ter mais de 20% do patrimônio líquido investido na companhia – hoje a exposição está na faixa de 11% do PL. “Quando começamos a investir a empresa valia R$ 200 milhões. Hoje vale R$ 30 bilhões”.

Mas não foi apenas com Magalu que Bredda ganhou dinheiro. O fundo também aproveitou a alta das ações de empresas como Suzano, Braskem e Marcopolo. Na metade de 2016, a ação da Suzano valia R$ 10 na Bolsa. De lá para cá, o preço subiu para R$ 46 (a companhia se fundiu com a concorrente Fibria em 2018, e a empresa resultante manteve o código SUZB3.

Já as ações da Braskem passaram de R$ 32 para R$ 52 nos últimos dois anos (alta de 62%). “Nós só conseguimos ter uma exposição grande nessas empresas exportadoras por causa da posição estrutural vendida em dólar. Isso porque mesmo se o dólar caísse (o que prejudica a receita de empresas exportadoras) nós tínhamos a proteção dessa posição vendida”, afirma o gestor.

No começo de 2017 o Black comprou papéis de outras empresas de commodities como Vale e Petrobras. Já em meados de 2018 o gestor optou por aumentar a exposição em large caps não relacionadas com commodities, como Ambev e Kroton.  A maioria das escolhas foram bem-sucedidas e o desempenho do fundo mostra isso: em 2016 a valorização foi de 129%, em 2017 de 74% e em 2018 o fundo ganhou 30,37%.

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Para 2019, Bredda segue otimista com o mercado acionário brasileiro. “Esta é a fase mais gostosa para um gestor de ações. As empresas têm geração de caixa, pagam dividendos, o EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é positivo. É bem diferente de 2016”, compara.

Nas últimas semanas, a tragédia com a barragem da Vale em Brumadinho (MG) fez o gestor reavaliar a posição de 9% do fundo em papéis da mineradora. “No primeiro pregão [quando os papéis desabaram 24,5%] decidimos não fazer nada porque ainda havia muitas dúvidas. Depois que a empresa perdeu R$ 70 bilhões em valor de mercado, decidimos comprar um pouco mais porque avaliamos que a perda pareceu exagerada”, afirma.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip