Alta do petróleo é “convidado indesejado na festa”, diz Verde, que tem ganho acima do CDI pelo 2º mês

Fundo Verde teve retorno de 2,24% em julho, acima do 1,07% do CDI. Apesar da melhora, fundo está com retorno abaixo do CDI no acumulado do ano

Bruna Furlani

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A alta recente de mais de 12% no preço do barril de petróleo em julho trouxe dúvida e receio a investidores, diante dos efeitos que isso poderia gerar no combate à inflação e na política monetária adotada por bancos centrais mundo afora, que já está bastante restritiva.

Na avaliação da Verde, renomada gestora comandada por Luis Stuhlberger, há potencial para a alta do petróleo se estender, mas o mercado não deve ver uma valorização “substancial”. A visão da gestora foi divulgada em carta apresentada a cotistas nesta terça-feira (8).

O fundo Verde obteve ganhos de 2,24% em julho, acima do 1,07% do CDI (taxa de referência dos multimercados) – no segundo mês consecutivo de retornos além do CDI.

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Apesar da melhora no resultado mensal, a rentabilidade do Verde ainda está atrás do CDI no acumulado do ano, com uma alta de 7,24% do produto, contra 7,64% da taxa de referência.

Em julho, os ganhos foram puxados por posições em Bolsa Brasil e em inflação implícita brasileira. Alocações no real e em juros globais também garantiram bons frutos, assim como a exposição a algumas commodities.

Alta do petróleo

Na avaliação da Verde, os dois meses consecutivos de alta do barril do tipo Brent representam um “convidado indesejado que ameaça voltar para a festa”.

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No documento, a Verde defendeu que o petróleo deve continuar subindo, porque o mercado físico da commodity mostrou – pela primeira vez no ano – um aperto nas condições de oferta.

Por outro lado, a gestora observa que essa valorização não deve ser significativa porque há chance de que haja um corte importante de produção da Arábia Saudita. “Corte esse que deve ser revertido, conforme nos aproximemos de algo como US$ 100/barril”, pontua a gestora.

De olho na possibilidade de alta do petróleo, ainda que não substancial, a casa informou que manteve a pequena alocação comprada (que se beneficia da alta) na commodity em julho. A Verde também está com uma alocação comprada em ouro.

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Vendidos em dólar contra real

Já ao olhar para o cenário brasileiro, a casa informou que iniciou uma alocação vendida (que se beneficia da desvalorização) do dólar contra o real.

No documento, a Verde disse que os “potentes resultados da balança comercial” devem seguir ancorando o real – mesmo agora em um momento em que há um suporte marginal menor, diante da redução da Selic iniciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em sua última reunião, que reduziu a diferença de juros.

Embora o corte de 0,50 ponto pela autoridade monetária tenda a impulsionar o mercado de ações local, a gestora também informou que reduziu a posição em Bolsa brasileira – depois que alguns nomes atingiram “preços com menor retorno prospectivo”, mas não entrou em detalhes.

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Na passagem de junho para julho, a Verde também destacou que manteve uma posição comprada em inflação implícita no Brasil, assim como a alocação em crédito local.

Cenário externo

Já ao avaliar o desempenho dos mercados globais em julho, a gestora resumiu que as Bolsas americanas continuaram a alta vista nos meses anteriores e que os dados econômicos americanos evidenciaram uma combinação saudável de desinflação com um crescimento mais resiliente da economia.

Apesar disso, a Verde afirmou que manteve uma pequena exposição vendida (que se beneficia da queda) em Bolsa global, assim como uma posição aplicada (que aposta na queda) em juro real nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que zerou a compra de inflação implícita nos EUA.

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Posições em crédito high yield (alto retorno e alto risco) global também foram marginalmente reduzidas em julho.

Enquanto umas alocações sofreram alterações para baixo, outras foram iniciadas, como a posição comprada na rúpia indiana contra o renminbi chinês.