“Gostaria de estar otimista com Brasil”, diz gestor da Kapitalo

Carlos Woelz destaca preocupação com falta de confiança do investidor e risco de recessão global

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Em um dia de comemoração da tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o Ibovespa reagiu com euforia e fechou o pregão desta com alta de 1,6%, superando a máxima histórica, a 103.621 pontos. Nem todos, porém, veem um céu de brigadeiro. Pelo menos, não ainda. É o caso de Carlos Woelz, gestor da Kapitalo Investimentos.

Durante palestra na 9ª edição da Expert XP 2019, Woelz destacou os 15 meses consecutivos de queda dos níveis de confiança mundiais e afirmou que, apesar de a reforma previdenciária trazer um alívio para o Brasil no curto prazo, ela não será suficiente para resolver todos os nossos problemas. “Gostaria de estar otimista com Brasil”, disse.

Segundo ele, não é o cenário doméstico que mais preocupa, mas a cena externa. “Há muitas dúvidas se os preços mundiais serão estabilizados e o Brasil, por conta das commodities, pode ter um comportamento negativo se o mundo entrar em recessão”, afirmou.

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Em um primeiro momento após a aprovação da reforma, o gestor diz ver a sociedade reagindo positivamente e os mercados andando com mais força no curto prazo. Num horizonte médio, contudo, o governo deve priorizar, segundo ele, a resolução dos conflitos entre os partidos políticos: “Se não tiver uma coalizão, vai ter briga e espaço para uma piora fiscal.”

A possibilidade de uma recessão econômica também inquieta Marcelo Mendes, sócio da Bahia Asset. “Vivemos a recessão mais longa da história, com a recuperação mais lenta já registrada”, afirmou.

Bruno Marquez, gestor de fundos multimercados da XP Investimentos, destacou que as economias mundiais devem ser estabilizadas ou por ciclos econômicos ou pelos respectivos bancos centrais. “Ou então vamos entrar em uma recessão com menos armas para brigar, com políticas fiscais mais apertadas e um equilíbrio mais binário, o que é preocupante”, afirmou.

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Bolsa está barata?

Na opinião dos três gestores, sim. Mendes, cujo fundo multimercado Bahia Maraú rendeu 200% do CDI no primeiro semestre deste ano, com quase metade do retorno oriundo de aplicações em renda fixa, diz que tem preferido alocar em Bolsa do que em juros no Brasil. “Não estamos mais vendo graça nesses ativos”, afirmou em entrevista ao InfoMoney. Dentre os setores mais atrativos no momento, ele cita os de consumo, shopping center e utilities.

Na XP, o otimismo com a renda variável se repete. Com uma exposição relevante do portfólio em Bolsa, Marquez diz ainda ver espaço para a alta dos ativos. “As empresas que sobreviveram no Brasil estão muito ajustadas, desalavancaram muito e um nível de juros baixo favorece empresas com competitividade para crescer”, disse.

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