Greve: para gestora internacional queda das ações da Petrobras é “reação excessiva”

Frederico Sampaio, CIO de Renda Variável da Franklin Templeton Investments, explica que queda de quase 20% das ações não condiz com perspectivas da empresa no longo prazo

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – As ações da Petrobras (PETR4) caíram 19,68% desde o começo da paralisação dos caminhoneiros na última segunda-feira (21). Na corrida do mercado financeiro, a dúvida que fica para os investidores é se é hora de comprar, vender ou manter os papéis da empresa. Para Frederico Sampaio, CIO de Renda Variável da Franklin Templeton Investments, o movimento recente é “excessivo” e não deve guiar o investidor.

O gestor explica que as ações da empresa vinham apresentando “excelente performance” desde meados de 2017. Segundo ele, o movimento das ações acompanhou a forte valorização do Brent no período (o preço do barril subiu de US$ 48 para US$ 78) e também, se beneficiou da readequação do plano de investimentos ao alto endividamento de seu balanço, do plano de desinvestimentos, do corte de despesas e a gestão adotou ainda, uma política de preços de combustíveis que repassa automaticamente o custo da gasolina. 

“Consideramos que os riscos políticos justificam correção do preço da ação e vínhamos reduzindo a exposição no fundo”, diz. Por outro lado, Sampaio afirma que a empresa está tomando medidas que podem beneficiar os acionistas no longo prazo. “Após anos de investimentos pesados para desenvolver 8 sistemas de produção no pré-sal, a empresa finalmente receberá os equipamentos que permitirão aumentar sua produção de óleo no pais”, afirma. 

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De acordo com Sampaio, os equipamentos serão instalados ao longo de 2018 e entrarão em operação em 2019. A expectativa da Franklin Templeton é que isso represente um aumento de 12% na produção em 2019 – contra 20% projetado pela companhia. “Ainda assim a geração de caixa para o acionista em 2019 será muito forte (30% do seu valor de mercado atual)”, diz. 

Além disso, o gestor explica que os múltiplos que a empresa está sendo negociada hoje são muito atraentes: para 2018 o EV/EBITDA (Valor/ Lucos Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) está em 4.0x e o P/E (Preço/Lucro) está em 7,6x. Já para 2019, a estimativa é de EV/EBITDA em 2,8x e o P?E em 5,4x.  “Esses múltiplos são talvez os menores da indústria global, vis-à-vis o baixo crescimento da produção desses peers”, conclui.