Quais as 5 ações para comprar hoje e segurar por 5 anos?

Incertezas políticas, tentativa de recuperação econômica e eleições 2018 tornam o contexto de escolha bastante complexo 

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Durante a apresentação da carteira InfoMoney de setembro, Thiago Salomão, analista responsável pelo portfólio, foi questionado por um dos leitores sobre quais seriam as cinco ações que ele compraria hoje e se manteria posicionado pelos próximos cinco anos.

O cenário de incertezas políticas enquanto o país ainda patina na tentativa de recuperação econômica e uma eleição presidencial em 2018 tornam o contexto de escolha de ações para segurar por um longo período bastante complexo. 

Melhores ações para o longo prazo:

Itaú Unibanco (ITUB4)

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Salomão destaca que o Itaú Unibanco é o “banco mais rentável entre os listados na bolsa e o maior da América Latina” e tem a vantagem da alta barreira de entrada no mercado bancário brasileiro, enquanto o espaço para bancarização da população ainda é grande.

“Muita gente não tem conta em banco e esse é um setor muito pouco penetrado e de pouco concorrência, uma vez que a estrutura brasileira impede bancos estrangeiros. Todo mundo que tentou se deu mal”, destaca o analista.

Salomão lembra que, devido ao longo prazo previsto para investimentos, o ideal é alocar em um ativo que tenha os benefícios oferecidos pelo Itaú Unibanco e ainda oferece “lucros bilionários com ou sem crise”.

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B3 (BVMF3)

O analista enfatiza o status de quase monopólio da B3 no Brasil, especialmente após a fusão com a Cetip em março deste ano.

“Cetip sempre foi um símbolo máximo de eficiência. Cresceu demais no segmento de renda fixa, gravames, etc. Era questão de tempo para uma empresa entrar no território da outra. Por isso, a fusão acabou formando um gigante, com uma presença ainda mais forte de mercado, e muito mais eficiente do que antes”, afirma Salomão.

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Somado às características positivas da companhia, o analista considera que a expectativa de retomada da economia tende a ajudar a B3. “A empresa ganha muito quando novas empresas entram na bolsa”, explica.

Ambev (ABEV3)

Embora o modelo de negócio da Ambev não empolgue tanto os investidores hoje quanto na década passada, a empresa ainda conta com uma gestão “invejável” com estratégias seguidas por outras companhias do setor.

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“Ficaria confortável em ter essa ação por cinco anos porque mesmo que ela não suba tanto, certamente também não me trará tantas surpresas negativas. A Ambev tem presença muito forte de mercado e acredito que é muito difícil alguém tomar esse lugar dela”, afirma Salomão.

Lojas Renner (LREN3)

O analista considera que as ações da Lojas Renner é a escolha mais arrojada entre os cinco ativos. “Por mais que seja uma empresa excelente, o segmento de vestuário é um pouco mais mutável e a história do Brasil e do mundo mostra isso”, justifica Salomão.

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“A empresa tem um grande diferencial em relação a todas as outras. Primeiro pela gestão de José Galló, que é excepcional. Ele fez um modelo de negócio que todo mundo tenta replicar e poucos conseguem”, avalia Salomão.

O analista também considera que a estrutura financeira da empresa é “muito boa”, uma vez que consegue obter bons resultados no varejo e também no segmento financeiro.

“Isso acaba sendo uma proteção em momentos de crise e o histórico joga a favor dela. A empresa constantemente mostra crescimento tanto de lucro quanto de receita e vendas nas mesmas lojas. Na última década, a Lojas Renner registrou queda nas vendas mesmas lojas em apenas dois trimestres”, destaca o analista.

Raia Drogasil (RADL3)

“A ação da Raia Drogasil é o papel quase perfeito da bolsa”, avalia Salomão, destacando sua participação majoritária em um segmento “muito fragmentado”. Essa característica abre espaço para crescimento em outras regiões e fusões e aquisições.

 O analista também destaca que o setor farmacêutico é resiliente e deve se beneficiar, no longo prazo, do envelhecimento da população brasileira nos próximos anos. “A empresa atua em um setor que é o último a ser cortado do consumo quando a economia está em crise, que são remédios e itens básicos de higiene, e também consegue se proteger da inflação com os ajustes de alguns produtos atrelados a índices de preços”, acrescenta.

 Ainda que a empresa não mantenha o mesmo nível de crescimento nos próximos cinco anos, a Raia Drogasil tem presença forte no mercado. “É difícil imaginar um cenário completamente diferente em cinco anos”, completa Salomão.

Confira em detalhes a carteira recomendada InfoMoney de setembro: