Santander vê upside de 58% para ações que vivem “período turbulento”

Revisão preliminar de tarifas decepcionou mercado

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A equipe de análise do Santander reiterou a recomendação de compra das ações da Copasa (CSMG3) após a decepção dos investidores com a revisão preliminar de tarifas divulgada na semana passada. Embora reconheça que a empresa “navega em período turbulento”, o preço-alvo da ação em 12 meses é de R$ 56,97, valor 57,5% acima do fechamento de segunda-feira (24).

 No dia 20 de abril, as ações da Copasa despencaram 20,92%, cotadas a R$ 36,93, devido à “decepcionante” base de ativos regulatórios definida pela Arsae (Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais).

 Diversos analistas viram erros no cálculo do RAB (base de ativos regulatórios), que ficou em R$ 9,1 bilhões, valor bem abaixo das estimativas que variavam entre R$ 11 bilhões e R$ 12,7 bilhões. Com isso, a alta média da tarifa para os consumidores é de 4,1% ante a expectativa do mercado de reajuste de 10%. A decisão final será em 13 de julho.

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 “Embora vejamos aversão a alto risco, nossos cenários mostram que ainda há um potencial de crescimento decente para compensar uma abordagem mais conservadora dos investidores. Acreditamos também que há margem para melhorias nos parâmetros da revisão tarifária final, dependendo especialmente da metodologia de definição de base e da taxa de depreciação regulatória”, avaliam os analistas do Santander.

 Após a revisão preliminar, tem início o período de consultas públicas, com as contribuições sendo recebidas até o dia 19 de maio através do e-mail da agência reguladora mineira (audienciapublica15@arsae.mg.gov.br). A Arsae publicará as análises e respostas até o dia 13 de junho, quando será divulgado o resultado final da revisão tarifária.

 Neste intervalo, haverá ainda duas sessões presenciais em Belo Horizonte. A primeira sessão ocorrerá no próximo dia 27 de abril às 18h (horário de Brasília) e a segunda no dia 12 de maio, às 9h (para ter mais detalhes, clique aqui). Ou seja, muitos investidores devem fazer contribuições sobre o processo – além disso, a audiência pública deve ocorrer em 19 de maio. 

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 O Santander vê três alternativas possíveis para a empresa. Na primeira delas o RAB é fixado em R$ 9,1 bilhões com pequeno crescimento nos investimentos e perspectiva para o ebitda (lucros antes de jutos, impostos, depreciação e amortização) de 2017 menor. No segundo caso, o RAB é corrigido para R$ 10,1 bilhões e no terceiro a correção levaria a um RAB de R$ 11,1 bilhões. “Todas as alternativas geram um significativo risco de alta a partir dos preços atuais das ações”, avalia o Santander.