Ação da CSN tem risco elevado e banco recomenda venda

Amortização de dívidas preocupa analistas

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A equipe de análise do BTG Pactual recomenda venda das ações da CSN (CSNA3) diante da avaliação de que, embora a pressão sobre a companhia tenha aliviado, ainda há muitos riscos no futuro. O preço-alvo para os papéis em 12 meses foi fixado em R$ 7, valor 17% inferior ao fechamento de segunda-feira (10).

“Embora seja verdade que os altos preços do minério de ferro tornam a perspectiva operacional da CSN em 2017 melhor, ainda vemos muitos desafios futuros, particularmente a partir da perspectiva de estrutura de capital”, afirmam os analistas do BTG.

Segundo o banco, o investimento nos papéis da CSN ainda depende muito da força do minério de ferro, enquanto a empresa tem um calendário de amortização forte em 2019 e 2020. “Se o preço do minério de ferro se normalizar (US$ 50-60/tonelada), a CSN teria que realizar bilhões de reais em vendas de ativos para corrigir seu balanço patrimonial”, destacam os analistas.

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Neste cenário, dada a recuperação mais lenta do que a esperada nos preços do ação no mercado brasileiro, a perspectiva do BTG é negativa em relação à empresa. O banco lembra que a CSN está atualmente em processo de renegociação de dívida com vencimento em 2017 e 2018, no valor de R$ 4,9 bilhões, com a Caixa e o Banco do Brasil e a empresa parece confiante em obter resultado favorável.

Examinando a amortização da dívida da CSN, o BTG afirma que o período 2019-2020 será o mais crítico, já que mais de R$ 15 bilhões de dívida vencem nesse intervalo. “Se o minério de ferro não se sustentar acima de US$ 70/t, prevemos a necessidade de realizar vendas de ativos para cobrir seu cronograma de amortização”, afirmam os analistas.

Do lado positivo, uma redução de 1 ponto percentual na Selic pode reduzir as despesas financeiras líquidas da empresa em R$ 170 milhões. Além disso, com um custo de até US$ 60/t de minério de ferro, a alavancagem poderia ser rapidamente reduzida. “No entanto, os desafios futuros em 2019-2020 são grandes para serem ignorados e será muito mais difícil de rolar a dívida”, destacam os analistas.