Da pobreza à independência: investidor brasileiro juntou R$ 1,5 milhão com apenas 33 anos

João nasceu em uma família de classe média baixa e passou por dificuldades até conseguir trilhar seu caminho para o sucesso

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Muito se ouve que, com determinação, esforço e disciplina, é possível conseguir chegar longe. O caso de João*, talvez, exemplifique muito bem isso: ele nasceu em uma família de classe média baixa do Rio de Janeiro, filho de um comerciante que vivia de favor na casa dos sogros e que perdeu bastante dinheiro na época do plano Collor, e, atualmente, com 33 anos, conseguiu amealhar um impressionante patrimônio de R$ 1,5 milhão apenas com seu trabalho e de sua esposa e seus investimentos.

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João conheceu sua esposa Helena* ainda no colégio. Além das afinidades, o que unia ambos era a vontade de crescer na vida e superar as dificuldades. Helena vinha de uma família com condições melhores, de classe média, mas vivia em um bairro do Rio de Janeiro em que viu situações de violência que fizeram com que ela também decidisse ter uma vida diferente.

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Ao se formar no colégio, João prestou vestibular para o curso de Ciências da Computação. Ra uma carreira que estava muito em alta no momento e pensei em escolher uma profissão com mais empregabilidade e chances de ganhar mais dinheiro. Na época não tinha nem um computador para mim, pois era muito caro”, relata.

Já a então namorada queria o curso de Medicina. Helena passou cinco anos estudando para o vestibular até conseguir atingir seu objetivo. “Quando eu estava me formando, ela estava entrando na faculdade”, relembra. Ele conta que, em comum, ambas as carreiras ofereciam alta empregabilidade e salários razoáveis, o que precisavam para começar a melhorar de vida.

Ele começou a trabalhar aos 21 anos, em um estágio que dava R$ 350 por mês, apenas. Já em 2005, com 23 anos, ele começou a ganhar mais dinheiro, cerca de R$ 3 mil por mês e a poupar boa parte de seu dinheiro e investir em ações. “No começo cometi muitos erros e perdi dinheiro”, conta.

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2008 foi um ano especialmente complicado nesse sentido. João já tinha um salário maior e conseguiu ter guardado cerca de R$ 100 mil. No entanto, com a crise daquele ano, viu seu dinheiro se desvalorizar muito, além de ter tido gastos com seu casamento e lua de mel também.

Mesmo com as perdas, João decidiu não parar de investir seu dinheiro. Ele comprou vários livros sobre investimentos para ter mais conhecimentos e cometer menos erros. “Sempre fui um leitor assíduo e quis aprender a investir com os livros porque não tinha um exemplo sobre o assunto em casa”, conta.

Em 2009 ele leu um livro que “acendeu uma luz”, era do economista Joel Greenblatt e mostrava como era possível “bater” o mercado. A partir daí, João começou a usar a análise fundamentalista para escolher as ações que investia. “Antes disso, eu estava comprando papéis sem muita perspectiva futura”, atesta.

Usando seus conhecimentos de computação, ele desenvolveu uma planilha em que pegava as informações na bolsa com um dia de atraso para fazer uma análise mais aprofundada de ações. “Montei então uma carteira com dez papéis e conseguiu um retorno médio de 20% a 23% ao ano, sempre superando o Ibovespa”, garante João.

Nesse meio tempo, sua esposa se formou na faculdade e começou a trabalhar, isso significa que as receitas dobraram enquanto o custo de vida seguia o mesmo. João relata que sempre viveu com conforto, mas sem fazer nenhuma grande extravagância. Foi comprar seu primeiro carro apenas com 27 anos, e a escolha foi por um carro popular, motor 1.0, além disso, eles também comiam muito em casa e não em restaurantes, tudo isso para controlar as despesas.

Em 2012, surgiu uma oportunidade interessante para o casal. A família da mãe de João, composta de nove irmãos, quis se desfazer dos imóveis que o avô deixou: três lojas comerciais, um apartamento e outas duas casas. “A família aproveitava o aluguel, mas estava tudo meio largado”, relembra. Quando eles decidiram fazer a venda, ele fez os cálculos e viu que poderia comprar tudo de uma vez.

João convocou a família e anunciou que queria fazer a compra. Na época, ele tinha R$ 400 mil investidos, o que era suficiente para pagar boa parte do valor necessário para comprar o patrimônio, uma vez que os imóveis se localizavam todos em bairros mais simples, mas com grande potencial de crescimento.

Até terminar o pagamento, João pagava juros mensais para seus parentes em uma espécie de financiamento. Seus planos eram de terminar o negócio em dois anos, mas conseguiu antes. Atualmente, esses imóveis estão avaliados em cerca de R$ 700 mil.

Mesmo com esse investimento, e com o dinheiro dos alugueis trazendo mais receita ainda para o casal, eles decidiram seguir poupando. No meio tempo, ambos conseguiram empregos melhores, o que trouxe mais conforto para o casal e permitiu que eles comprassem sua própria casa e se livrar do aluguel.

Além disso, atualmente eles ainda têm acumulado mais R$ 350 mil, que estão investidos no Tesouro Direto, programa de compra e venda de títulos públicos do governo federal. João acredita que essa seja a melhor opção de investimento no momento atual. Eles investem tanto no Tesouro Selic, quanto no Tesouro IPCA+.

E o que o casal que queria subir de vida e viver com mais tranquilidade sonha agora que já atingiu esse objetivo? João afirma que, o grande foco agora é a questão da independência financeira. Atualmente, seus investimentos rendem cerca de R$ 9 a R$ 10 mil por mês. Ele quer, no mínimo, o dobro desse valor para parar de trabalhar e poder passar mais tempo com sua filha.

Fora isso, os dois sonham em ir para a Europa estudar por um período de alguns anos. “Mas esse é um sonho de médio a longo prazo, se nos adaptarmos bem”, conta. Mesmo se eles se mudarem para o Velho Continente, João afirma que manteria seu patrimônio no Brasil, na mão de um gestor para que ele seja bem cuidado.

Para quem é jovem, está começando a carreira agora e quer acumular dinheiro e melhorar a vida, João aconselha a formação de um tripé para construir um ciclo virtuoso: o primeiro passo é escolher uma carreira que traga receita suficiente para ele, a segunda é que a pessoa se eduque financeiramente, deixe de seguir os maus exemplos que presencia em casa muitas vezes, e a terceira é saber investir bem.

“As dificuldades iniciais para se livrar dos maus hábitos de dinheiro são as mais difíceis, depois tudo fica mais fácil. Demorei oito anos para juntar R$ 200 mil e depois ficou muito fácil, fui duplicando isso após um momento de aprendizado, em que eu ganhava menos e cometia mais erros”, finaliza.

*Os nomes foram alterados para manter o anonimato das fontes

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