Quem quiser esperar “momento exato” pode perder oportunidade na Bolsa, diz executivo

Apesar das perspectivas econômicas para o próximo ainda serem ruins, o mercado acionário antecipa os indicadores– ou seja, antes do PIB (Produto interno Bruto) voltar a subir, a Bolsa já pode ter precificado este movimento há algum tempo

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – Com a Bovespa andando de lado e a renda fixa pagando prêmios bastante elevados, é natural que o investidor se afaste da Bolsa e priorize as aplicações menos arriscadas. No entanto, deixar de diversificar as aplicações de longo prazo (principalmente de aposentadoria) e focar toda carteira em uma única classe de ativos não é aconselhável.

Altair Cesar de Jesus, superintendente de Investimentos da Brasilprev, afirma que a economia brasileira ainda patina e que as incertezas políticas são grandes. No entanto, o executivo destaca que as mudanças podem acontecer rapidamente e o investidor que esperar muito tempo pode perder oportunidades na renda variável. “Pode não dar tempo de entrar quando o investidor se der conta”, disse, em encontro com jornalistas. “O investidor só vai querer olhar de novo para a Bolsa quando [o Ibovespa] estiver em 80 mil pontos”, destacou.

Ele lembrou que apesar das perspectivas econômicas para o próximo ainda serem ruins, o mercado acionário antecipa os indicadores– ou seja, antes do PIB (Produto interno Bruto) voltar a subir, a Bolsa já pode ter precificado este movimento há algum tempo. “Só o fato de analistas afirmarem que o consumo deve voltar a subir pode fazer uma ação valorizar”, destaca.

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O executivo destacou que é natural que a taxa básica de juro recue em algum momento e será necessária uma maior diversificação dos ativos para que o investidor tenha ganhos consistentes no longo prazo. “Um hora [o investidor] vai precisar ter renda variável”, afirmou.

Educação financeira
Justamente para evitar a falta de diversificação nos recursos de previdência privada e outros erros comuns, como saque destes recursos no curto prazo, o superintendente da Brasilprev destacou a importância do investimento em educação financeira. “Um rendimento de 0,5% a mais ao ano faz muita diferença no longo prazo. Por isso procuramos auxiliar nossa rede e todos os clientes neste sentido (…) Quando você aumenta a diversificação dos ativos também reduz a volatilidade”, explicou.

Para o presidente da Brasilprev, Miguel Cícero Terra Lima, a crise econômica fez com que os investidores brasileiros aumentassem a preocupação com a poupança de longo prazo. Esta seria a principal explicação para o aumento da captação dos planos de previdência da Brasilprev, que este ano já captaram R$ 18,3 bilhões até outubro, ante R$ 15,9 bilhões no mesmo período do ano passado. “As pessoas ficam receosas e investem mais para longo prazo. A previdência privada traz segurança”, justifica.

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Já os recursos de curto prazo, como os da poupança, são usados para emergências e pagamentos de dívida – daí a queda da captação da modalidade este ano.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip