Analistas mantêm ação que já subiu 70% no ano como ‘outperform’ e esperam mais altas

Resultados do terceiro trimestre fizeram analistas alterarem preço alvo da ação

Lys Silva

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SÃO PAULO – Com base nos resultados apresentados pela Fibria (FIBR3) no terceiro trimestre deste ano e com as perspectivas de que o mercado de celulose permanecerá aquecido, já que a demanda não demonstra sinais de desaceleração, os analistas da BB Investimentos mantiveram as ações da empresa como outperform (performance acima da média do mercado) e reavaliaram o preço- alvo para R$ 65,00 o que equivale a um upside de 18,83% com base no fechamento de 23 de outubro. Só neste ano, as ações da Fibria já valorizaram 70%.

“Da mesma forma que o mercado continuará forte, o preço da celulose deve ficar em níveis elevados. Como resultado, acreditamos que o fluxo de caixa da Fibria permanecerá forte, acima da confortável posição de alavancagem, que deverá ficar, de acordo com a gestão da empresa, em torno de 2,0x para 3,5x da dívida Líquida/EBITDA, considerando os investimentos no projeto de expansão H2”, explicam os analistas. Em relação a alteração de preço alvo, eles afirmam que, “a fim de capturar as repercussões do projeto Horizonte II, o acordo com a Klabin, as taxas de câmbio atuais, e as novas dinâmicas de preços a partir das previsões do mercado, foi decidido a alteração de preço alvo”.

Os resultados do terceiro trimestre deste ano da Fibria foram impactados pelos movimentos do câmbio durante o período, tanto de forma positiva quanto negativa. Como destaca a análise do BB, se por um lado os preços foram beneficiados com um real mais fraco, o custo de caixa e resultados financeiros sofreram com um dólar mais forte. Não à toa que a venda da celulose ficou estável quando comparada com o trimestre anterior, atingindo 1298mt (1% a mais que o período anterior) impulsionados, principalmente, pelas exportações, que aumentaram 2% face ao trimestre anterior como uma resposta de maior demanda no mercado global, especialmente China.

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O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) ajustado chegou a R$ 1,5 bilhão, um aumento de 34%, levando a uma margem de EBITDA ajustado de 56%. Isso ocorreu principalmente por conta do aumento de 19% nos preços médios líquidos em reais, valorização de 15% do dólar médio e aumento de 3% no preço líquido da celulose em dólares.

Apesar da dívida bruta ter aumentado em 38,9% frente ao trimestre passado, chegando a R$ 12,5 bilhões, afetada pela apreciação do dólar, a dívida liquida/EBITDA em dólar se manteve em 1.58x, enquanto que a em reais se manteve por 2.07x. Os níveis de receita liquida apresentaram um aumento de 21% quando comparados aos do segundo trimestre deste ano, totalizando R$ 2790 milhões.  

Outro ponto é que, devido a paradas programadas para manutenção das operações de Santa Cruz e Três Lagoas, a Fibria apresentou produção de 1,28 milhões de toneladas no trimestre, 3% abaixo do nível de produção do segundo trimestre