Valuations estão muito mais atrativos do que em 2013, diz gestora de Paulo Lemann

Segundo a gestora, apesar das ações não estarem "necessariamente baratas", elas parecem oferecer boas perspectivas de retorno

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A desvalorização das ações brasileiras tem tornado os múltiplos cada vez mais interessantes, de acordo com a Pollux Capital, gestora de recursos de terceiros que tem com como CEO Paulo Lemann, sócio fundador e integrante do conselho de investimento do Synergy Fund (atual 3G Capital).

“Os valuations estão muito mais atrativos, especialmente quando comparados com o início de 2013”, aponta a equipe de gestão da Pollux, em carta aos cotistas.

Os gestores também ressaltam que, apesar das ações não estarem “necessariamente baratas”, elas parecem oferecer boas perspectivas de retorno na Bovespa. “Existe um razoável equity risk premium sobre taxas de juros reais de longo prazo relativamente elevadas. No início de 2013 tínhamos o oposto disso, especialmente para empresas de alta qualidade”, afirma a Pollux.

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Com isso, a gestora pretende seguir uma estratégia parecida com aquela adotada no ano anterior. “Nós devemos manter uma posição de caixa mais alta que o normal, favorecendo qualidade e resiliência, com ênfase em identificar vetores idiossincráticos. Enquanto isso, à medida que os valuations se tornem mais atrativos, nós deveremos reduzir nossa posição de caixa e eventualmente encontrar novas oportunidades em negócios com maior exposição à atividade econômica”, afirma a Pollux.

Segundo eles, em um ambiente de incertezas como o que vivemos agora, é importante que os ajustes na carteira sejam feitos de forma gradual. “Enquanto escrevemos esta carta, nossa exposição líquida ajustada é de aproximadamente de 76%”, ressaltam.

Desempenho do ano passado
A Pollux define 2013 como um “ano desafiador” para o mercado acionário brasileiro, com opções limitadas de investimentos. “Valuations desinteressantes e a piora do ambiente econômico nos fez operar com um nível de caixa na carteira relativamente alto. Essa decisão provou-se acertada, já que apenas um número limitado de ações apresentou bom desempenho no ano, enquanto várias ações tiveram desempenho ruim”, destacam.

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Entre as ações que fizeram parte da carteira no ano passado e que mais subiram, a Pollux destaca as da Estácio, que avançaram 48%. Os gestores lembram que a companhia continuou tendo expansão de margem operacional por conta da diluição de custos fixos – devido ao crescimento da base de alunos.

Além disso, a companhia adquiriu a UNISEB, “o que deve acelerar seus planos de ter uma maior presença no lucrativo mercado de ensino à distância”, segundo a Pollux.

Outra companhia que cujas ações registraram alta em 2013 foi a BRF (BRFS3). A Pollux ressalta que o ano que passou foi “significativo para a empresa” , por conta das mudanças no seu conselho de administração e gestão executiva. “Sob nova liderança, a empresa está implementando um plano para obter ganhos de eficiência agressivos nos próximos anos”, dizem os gestores.

Já os papéis da Cielo (CIEL3) avançaram 51% durante o período que a Pollux investiu, apresentando bom desempenho operacional, o que, segundo os gestores, comprova “a resiliência de seu modelo de negócios e mercado”. Além disso, os gestores afirmam que os riscos regulatórios “foram de certa forma mitigados ao longo do ano e as preocupações relativas ao aumento de concorrência no setor não se materializaram”.

Em 2013, o Pollux Ações FIC FIA registrou alta de 2,13%, enquanto o Ibovespa cedeu 15,5%.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip