Ibovespa subiria para 100 mil pontos com vitória de Aécio, diz Legan Asset

Gestor da empresa também acredita que a empresa mais beneficiada por uma derrota do PT seria a Petrobras, que poderia dobrar de preço com o PSDB no poder

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – Entre setembro e outubro de 2009, o Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, estava na casa dos 50.000 pontos. Hoje, o índice continua no mesmo patamar, tendo fechado a 53.100 pontos nesta quarta-feira (02) – ou seja, o indicador está andando de lado há muito tempo.

De acordo com Ivan Kraiser, gestor da Legan Asset Management, uma gestora de fundos com R$ 510 milhões sob administração, um dos possíveis gatilhos para o Ibovespa conseguir mudar de patamar seria a alternância de governo na eleição presidencial de 2014. “Interferências governamentais pegam boa parte do índice: Petrobras (PETR4), Vale (VALE5), elétricas… Então mesmo com as empresas descontadas, acho que elas devem continuar caindo, porque a falta de confiança está grande. Ninguém vai comprar só porque está barato em um cenário como esses”, afirmou em entrevista ao InfoMoney.

Segundo Kraiser, no preço de hoje da bolsa, está a reeleição da Dilma, porém, se ela for reeleita, vai cair ainda mais. “Volta para casa dos 40 mil pontos”, disse. “No entanto, com uma vitória do PSDB, do Aécio Neves, o Ibovespa chega a 100 mil pontos. Faz cinco anos que a bolsa está em 50 mil pontos, então se tivermos uma mudança de cenário político, ela pode subir muito. Eduardo Campos e Aécio Neves são os nomes que o mercado mais compraria”, completou.

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Petrobras pode dobrar de preço com Aécio
Para o especialista, a empresa que mais se beneficiaria com uma vitória do PSDB é a Petrobras. “A maior alta vai ser da Petrobras. Ela dobra de preço rapidamente. Uma vitória do Aécio leva a PETR4 à quase R$ 40”, afirmou. Atualmente o papel tem oscilado entre R$ 18 e R$ 19. A estatal se beneficiaria porque perde muito dinheiro com a política de Dilma de usá-la para controlar a inflação, mantendo os preços dos combustíveis vendidos pela Petrobras defasados em relação à cotação do petróleo no mercado internacional.

De acordo com o gestor, as estatais, de modo geral, irão subir muito com esse cenário. “A Eletrobras (ELET6) pode ser resgatada, com uma privatização do que sobrou. Tudo que sofreu intervenções da Dilma terá a confiança resgatada”, completou.

Ainda segundo ele, o que também sofre intervenções do governo é a política monetária do Banco Central, o que deve melhorar com a vitória da oposição. “O juros deve continuar subindo. O ciclo de aperto ainda não se encerrou e vai para algo próximo de 10%. Talvez eles não ultrapassem a barreira psicológica dos dois dígitios, é mais uma coisa na qual a presidente interfere”, afirmou.

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Candidatura de Marina irá ajudar oposição
Para Kraiser, a permanência de José Serra no PSDB, anunciada anteontem, é positiva para o candidato Aécio Neves. No entanto, a rejeição da criação do partido de Marina Silva, o Rede Sustentabilidade, seria negativa para Aécio – o julgamento acontece hoje no TSE.

Mas o gestor lembra que, mesmo em caso de derrota, Marina poderia sair candidata por outro partido, o que aumentaria as chances de haver segundo turno nas próximas eleições. “A Marina é uma provocadora de segundo turno. A criação do partido dela foi rejeitada, por enquanto, mas ela vai se candidatar de qualquer jeito, nem que seja por outro partido, pois ela tem muito voto e é um nome importante hoje”, disse.

A Legan Asset Management
No início de setembro deste ano, a gestora de recursos italiana, Azimut, anunciou uma joint venture com a Legan. Por meio da AZ International Holdings, comprou 50% da holding brasileira que controla a Legan por cerca de € 3 milhões. “Foi a primeira compra que eles fizeram no Brasil, mas acredito que eles podem fazer mais, via Legan ou não. A história deles no Brasil vai ser a de uma consolidação de fundos, criando uma asset com um porte grande”, explicou Kraiser.

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Hoje a gestora é composta por cinco sócios, sendo que a equipe inteira possui 13 pessoas e deve chegar a 20 em breve. O time de gestores tem R$ 510 milhões de patrimônio sob gestão, sendo que a especialidade da asset são fundos exclusivos. “São 17 fundos, cada um com o perfil da família ou grupo de amigos. Temos também 3 fundos abertos, um conservador multimercado, chamado de Legan Low Vol FIM, que busca distorções de taxas na bolsa; o moderado, chamado de Legan Special FIM, que tem operações de long & short; e o Legan Xpress Total Return FIM, que é agressivo e fica direcional em bolsa: 100% comprado, 100% vendido ou fazendo long & short. Este último é para quem quer tomar mais risco em busca de uma rentabilidade maior”, contou.

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Segundo ele, o objetivo de todos é superar o CDI. “O primeiro está rendendo 120% do CDI, o segundo 150% e o terceiro 200%. Quanto maior o risco, maior o retorno, tem sido assim”, finalizou o gestor.

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