Mercado acionário continuará turbulento no Brasil, diz Bradesco/Ágora

Para a corretora, apesar da melhora dos mercados internacionais em julho, a situação ainda não deve melhorar no mercado doméstico

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A valorização de 1,64% do Ibovespa em julho não animou muito o mercado brasileiro, que viu a alta apenas como algo pontual, após seis meses consecutivos de queda, acumulada em 22,14% no primeiro semestre do ano, e não a hora da virada que todos tanto esperam.

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Entre a maioria pessimista está a Bradesco/Ágora. Para a corretora, apesar da melhora dos mercados internacionais em julho, após as autoridades monetárias norte-americanas reduzirem as preocupações com relação a uma rápida retirada da política monetária expansionista, a situação ainda não deve melhorar no mercado doméstico. “Continuamos a ver um cenário turbulento para o mercado acionário brasileiro”, afirmou a Bradesco em relatório.

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A corretora ainda espera revisões para baixo nos lucros corporativos para 2013, após a recente desvalorização do real, mas podendo abrir espaço para melhores performances em 2014, embora esta recuperação ainda seja incerta e, desta forma, não suficiente para ser um direcionador para o mercado. “A economia brasileira continua fraca e não acreditamos que uma forte recuperação esteja ocorrendo este ano ou em 2014. Já 2015 parece ser, em qualquer cenário, um ano de ajustes”, completou.

O que deve influenciar o mercado doméstico nos próximos meses
Ainda segundo a Bradesco/Ágora, a economia norte-americana continua sendo o principal aspecto a ser analisado para se tomar decisões de investimento no Brasil. Uma economia americana mais forte implica, de alguma maneira, em notícias positivas, porém, poderá refletir em uma redução do programa de estímulos monetários. “O resultado do balanço de pagamentos no Brasil já está mostrando um ambiente mais rígido para a liquidez no país, embora ainda não se tenha tido nenhuma mudança real na situação política do Fed”, afirmou.

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A China, por sua vez, parece ainda não fazer nada para rebater a contínua desaceleração do país, enquanto na Europa, a situação segue sendo uma “estranha normalidade”, ao menos por ora, segundo a corretora. “Desta forma, o foco, provavelmente, deverá continuar sobre o ciclo da taxa de juros nos EUA e os próximos passos da economia chinesa”, completou.

Por fim, a Bradesco/Ágora afirmou que o mercado acionário continua bastante desafiador para os investidores, especialmente tendo em vista um ligeiro desinteresse dos estrangeiros em ativos de renda variável no Brasil.