Como o PIB afeta o resultado das empresas e suas ações

As companhias do setor de varejo, cujo valor de mercado é muito influenciado pela expectativa de desempenho da economia, são muito prejudicadas

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – O Banco Central divulgou na sexta-feira (12) o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de maio, considerado prévia do PIB (Produto Interno Bruto). O índice mostrou que a economia brasileira registrou retração de 1,4% ante abril, o que representa o pior resultado mensal desde 2008. O resultado ruim foi pressionado pela fraqueza da produção industrial e indicou que a recuperação da atividade ainda não deu sinais consistentes.

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De acordo com a diretora da Hirashima & Associados, Alessandra Guardia, os setores que mais perdem com uma prévia do PIB abaixo do esperado são os que fazem suas projeções baseadas no crescimento do país. Como o PIB é frequentemente utilizado como indicador nas projeções de aumento do faturamento das empresas avaliadas por fluxo de caixa descontado, as companhias do setor de varejo, cujo valor de mercado é muito influenciado pela expectativa de desempenho da economia, são prejudicadas – a projeção de um PIB fraco impacta o preço dos ativos destas empresas.

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“Essas empresas fazem a sua projeção de faturamento, ou seja, de quanto vão vender em três anos, por exemplo, atreladas à expectativa do PIB. Se a expectativa não se concretiza, as empresas são prejudicadas”, afirmou a diretora.

Ainda segundo ela, a projeção do PIB era de crescimento de 3,5% a 4% ao ano em 2012, 2013, 2014 e 2015, e o ano passado veio 0,9%. “Obviamente que isso prejudicou muitas as empresas. Se você tem uma expectativa e o PIB vem abaixo dela, isso reflete em todo o resultado da companhia”, completou.

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“Mantega quebrou as expectativas dos investidores ”
O analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, lembra que o mercado esperava um crescimento acima de 3% do PIB este ano, mas o Ministro da Fazenda, Guido Mantega,  já deu a entender que isso não vai se concretizar novamente, quebrando as expectativas dos investidores e prejudicando a bolsa de valores novamente. “A bolsa reflete não só a desconfiança do governo, como precifica o crescimento mais rápido das empresas e o crescimento ao longo do tempo. Ou seja, quando vem uma prévia do PIB como essas, não tem como as empresas não serem prejudicadas e, consequentemente, a bolsa também”, explicou o analista-chefe.

Segundo ele, vários setores sofrem com a desaceleração do PIB. “As siderúrgicas são um exemplo das mais prejudicadas. O setor de varejo também, pois ainda aumento de juros, inflação alta, endividamento das famílias, consumidor desconfiado e passeatas – que fecham o comércio. O setor perde com tudo isso”, finalizou.