Por que todas as outras bolsas sobem, menos a brasileira? Gestor responde

Para a SPX Capital, o descolamento da bolsa brasileira se deve, em parte, pela fase do ciclo econômico na qual se encontram os países emergentes

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO –O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, acumula queda de 8% em 2013 (até o último dia 28), enquanto outros índices internacionais apresentam desempenho oposto. O Dow Jones, de Nova York, já subiu mais de 16% no ano, enquanto o S&P500,  acumula alta de mais de 15%. Na Europa, o índice DAX-30 (da bolsa de Frankfurt) já subiu 10% no ano  e o Ibex 35, de Madrid, avançou quase 4%. Mas por que a bolsa brasileira está tão descolada das internacionais?

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Os gestores da SPX Capital explicam que o descolamento da bolsa brasileira em relação às bolsas de países desenvolvidos se deve, em parte, pela fase do ciclo econômico na qual se encontram os países emergentes. “Enquanto as economias emergentes estão perto do limite de utilização dos fatores de produção, os países desenvolvidos ainda mostram ampla subutilização desses fatores”.

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E diferentemente do passado, quando a China se integrou à economia global e gerou forte demanda por commodities, beneficiando a bolsa brasileira, a principal força dinâmica do cenário atual é a recuperação do setor privado norte-americano. De acordo com a SPX, o que têm feito as bolsas internacionais terem um bom desempenho não tem sido mais o crescimento global, como aconteceu anteriormente, mas sim a queda dos prêmios de risco e a diminuição dos riscos de ruptura.

Além desses fatores, a gestora afirma que o fraco desempenho da bolsa brasileira tem sido agravado por outras circunstâncias da economia local, assim como: produtividade estagnada, custos unitários de trabalho em elevação constante e baixa competitividade e fatores que levam a seguidas decepções nos dados de crescimento econômico.

“Essa piora no lado macro foi alavancada pelo aumento das intervenções do governo na economia e nas empresas estatais, bem como pelos desapontamentos nos resultados e na entrega de projetos das empresas brasileiras”, pontuam.

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Cenário de investimentos
Em carta aos cotistas, os gestores enxergam um cenário de maior desvalorização para o real, quando comparado com as projeções do mercado para as empresas no médio prazo. “Dessa forma, estamos aumentando alocações em companhias que além de possuir valuation atrativo, se favoreçam de um câmbio mais desvalorizado”, justifica em carta aos cotistas.

Adicionalmente, a instituição enxerga um ambiente desafiador para as companhias brasileiras listadas na bolsa, com baixo crescimento econômico e inflação acima da média do mercado. Diante dessa perspectiva, a gestora aproveitou a queda do Ibovespa para diminuir alocações em contratos futuros de índice e em companhias do setor de consumo que foram afetadas.

Apesar de achar que elas estejam com um valuation atrativo, a instituição aproveitou a queda que algumas sofreram e o fato de que os eventos esperados foram consumados, como os fracos resultados que foram divulgados e o início tímido da puxada de juros. Portanto, a SPX optou por diminuir sua posição vendida nessas ações e aumentar marginalmente a posição direcional para um nível mais próximo do neutro.

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Desempenho
O fundo SPX Patriot FIQ FIA teve rentabilidade de 0,86% no mês de abril ante queda de 0,78% do Ibovespa. Seguindo na mesma linha, os fundos SPX Falcon FIQ FIA e SPX Apache FIQ FIA tiveram desempenho positivo de 0,70% e 1,01%, respectivamente, no mesmo período.