Economista diz o que muda nas aplicações após alta do juro

A elevação da Selic não irá ajudar em nada a inflação e nem prejudicar a bolsa de valores, pois também não tornará a renda fixa mais interessante

Arthur Ordones

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SÃO PAULO – A alta de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros, anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) na última quarta-feira (17), foi realizada por conta do pânico social, de acordo com o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Para ele, essa elevação não irá ajudar em nada a combater a inflação e nem prejudicar a bolsa de valores, pois também não tornará a renda fixa mais interessante – a decisão levou todas os contratos futuros de DI mais longos para baixo na manhã desta quinta-feira. “O BC subiu juros para cortar juros”, afirmou.

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Segundo Perfeito, o ciclo de afrouxamento monetário não beneficiou a bolsa, assim como esse aperto também não irá prejudicar em nada, além de não tornar os investimentos em renda fixa mais atrativos. A poupança, por exemplo, que antes rendia 5,075% ao ano, agora passou a render 5,25% a.a. “As mudanças serão imperceptíveis. Eles não deveriam ter subido nada, pois isso só serviu para a parte mais longa cair”, disse o economista-chefe.

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Alta do juros não irá ajudar a inflação
Na opinião de Perfeito, o BC subiu os juros por conta da repercussão por conta do aumento do tomate. “Não tem nenhuma justificativa para subir os juros que não essa. Não vamos nos estender nos detalhes, afinal já dissemos  os motivos que justificam não aumentar os juros, entre estes a inflação começando a ceder e a desaceleração econômica em curso”, explicou.

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Ainda de acordo com ele, apesar do IPCA ter estourado o teto da meta de inflação (6,50%), ao atingir 6,59% no último mês, outros índices que mostram a evolução dos preços já indicam uma desaceleração, o que torna a alta do juros sem justificativa. O IGP-M do 2º decêndio veio abaixo das estimativas na manhã desta quinta-feira e fechou abril com 0,28%. O IPC recuou de 0,63% para 0,57% e, principalmente, o IPA agrícola caiu 0,89%, o que representa uma deflação em 2013, de menos 3,5%. “Como vemos é muito provável que ‘alimentos’ saia do radar nos próximos meses.”

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“Entendemos que o BCB optou pela cautela extrema, e que a decisão não foi fácil. Esperamos que agora a racionalidade volte ao debate sobre a inflação tanto no governo quanto no mercado. Esta alta de 25 pontos base foi desnecessária e mostra o grau elevado de nervosismo entre os agentes. Por este momento acreditamos que o BCB não deve subir os juros na reunião de maio (dias 28 e 29)”, finalizou André Perfeito.