Na mira do governo: qual deverá ser o próximo setor a sofrer intervenções?

Para analista, um setor que pode ser impactado com medidas do governo nos próximos meses é o de mineração

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – O governo tem sido criticado por parte do mercado por conta das intervenções em setores da economia, que afetam o desempenho de empresas de capital aberto na bolsa de valores. Mas depois de um ano difícil paraalguns setores, especialmente o elétrico e bancário, em 2013 as intervenções devem afetar menos as empresas brasileiras, na opinião de especialistas ouvidos pelo InfoMoney. O motivo é que o Palácio do Planalto percebeu que muitos investidores estão fugindo deste tipo de intervencionismo, principalmente os estrangeiros.  “Em 2012 tivemos um crescimento muito modesto do PIB, também por conta de uma inimizade do governo com o setor privado. Mas para este ano, não deve haver nenhuma grande intervenção, já que o governo está mirando um crescimento de 4,5% do PIB”, afirma o analista da Empiricus Research, Rodolfo Amstalden.

No entanto, especialistas apontam que o governo ainda enxerga algumas arestas a serem aparadas. Prova disso foi a fala do Ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante o fórum “Infraestrutura e Energia no Brasil: Projetos, Financiamentos e Oportunidades” no dia 5 de fevereiro. Com o intuito de atrair mais investimentos, Mantega anunciou um novo modelo de concessão de rodovias, conforme cita a Agência Brasil.

Nesse novo modelo o prazo de financiamento, assim como o de concessão, será estendido de 20 para 25 anos, enquanto o segundo (concessão) passará de 25 para 30 anos. Além dessa mudança, também haverá uma menor exigência de garantias por parte do investidor e menor exigência de comprovação do patrimônio líquido. Com isso, o ministro afirma que a taxa de rentabilidade aumentará significativamente.

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Para o economista da Gradual Investimentos, André Perfeito, essa é uma medida saudável já que o setor será impulsionado com o prolongamento das concessões. “Essas intervenções vão criar oportunidades para que setores como o de concessão de rodovias possam crescer”, pontua.

Adicionalmente, o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, afirma que essas medidas são positivas, já que o setor é carente de investimentos. “O governo sabe que essas empresas são fundamentais para o desenvolvimento econômico do país e ele não vai querer distanciar a maior chance de elas crescerem”, comenta.

Setor de mineração
Para Amstalden outro setor que pode ser impactado com medidas do governo nos próximos meses é o de mineração, com a questão dos royalties que envolve a cobrança da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM).

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“Ainda não há uma regra definida sobre o quanto a Vale deve pagar por royalties de mineração. E embora o governo esteja adiando essa decisão, ela deverá sair este ano”, pontua.

Além da Vale, outras empresas do setor também podem sofrer com a decisão. No entanto, por ser a maior em seu segmento, a companhia deverá ser a mais impactada, dependendo do que for decidido.