As melhores pagadoras de dividendos, de acordo com especialistas

Entre ações recomendadas estão presentes os setores de consumo e energia

Gabriella D'Andréa

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SÃO PAULO – Com a queda da taxa básica de juros, os investidores de renda fixa estão cada vez com mais dificuldades em conseguir retornos interessantes nas aplicações indexadas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). E entre as alternativas que garantem uma renda periódica consistente, estão as ações de empresas boas pagadoras de dividendos. Para saber quem são essas grandes pagadoras é preciso olhar o dividend yield de cada uma, isso é, a taxa de retorno do investimento, calculada com base no pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio.

O InfoMoney conversou com especialistas para saber quais são as ações que têm se destacado. Confira as indicações:

CCR (CCRO3) – Listada entre as melhores companhias de concessão de infraestrutura, a CCR é considerada boa pagadora de dividendos principalmente por ser diversificada. Atualmente, a empresa possui participações na ViaQuatro (58%), empresa que opera e mantém a Linha4 – Amarela do metrô de São Paulo e na Controlar (45%), empresa responsável pela inspeção ambiental de toda frota veicular do estado paulista.

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“É uma empresa muito mais diversificada que os seus pares e que tem uma geração de caixa relativamente estável. Além disso, tem recebido vários estímulos do governo”, ressalta o executivo da equipe de análise da Um Investimentos, Gabriel Ribeiro.

AmBev (AMBV4) – A AmBev, que recentemente tomou o posto da Petrobras de empresa mais valiosa do país, é uma das melhores pagadoras de dividendos. O Diretor técnico da Apogeo Investimentos, Paulo Bittencourt, ressalta que, diferentemente de muitas companhias, a AmBev não é afetada pelo desempenho da economia como um todo, pois atua com um consumo mais pulverizado. 

“A demanda da empresa é grande, ela não está endividada e seus múltiplos estão na média do setor”, afirma. Além disso, a empresa apresenta resultados consistentes e capacidade de ampliar o caixa sem mexer nos custos, diz o executivo.

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Natura (NATU3) – A empresa de cosméticos é uma boa referência no mercado em que atua, e o fato do Brasil ser o 2º país que mais consome beleza ajuda nos resultados da empresa, que também paga dividendos consistentes aos acionistas minoritários.

“O que também contribui é a melhor condição econômica da população, o que possibilita um maior consumo”, explica Bittencourt. “E a Natura já tem um nome formado e uma situação financeira sólida”.

Grendene (GRND3) – A companhia tem demonstrado bons resultados com a situação financeira mais estável da população e o maior consumo proveniente dessa melhora. “É uma ação defensiva, com múltiplos baratos. O que a beneficiou foi o aumento do poder de compra das pessoas. Antes havia muitos inadimplentes, mas agora eles estão se resolvendo e retomando as compras”, explica Ribeiro.

Renner (LREN3) – A rede varejista de moda é outra que está surfando na onda com a melhoria dos salários. Mesmo seus múltiplos não sendo os mais baratos do segmento, especialistas indicam a companhia para quem quer receber proventos consistentes.

“O setor de vestuário tem um ótimo potencial de crescimento”, acredita Ribeiro. “A própria integração com a Camicado deve contribuir para o caixa da empresa. Outro fator que alavancou as vendas da empresa foi sua base de cartão de crédito”.

Cemig (CMIG4) e Transmissão Paulista (TRPL4) – As duas empresas do setor elétrico também foram incluídas na carteira de dividendos pelos especialistas. Mesmo com as mudanças na regulação do setor, Bittencourt afirma que o que importa não é o preço de suas ações e sim a capacidade de pagamento de dividendos dessas empresas no médio e longo prazo.

“São companhias que tem um alto grau de eficiência e um caixa grande. Mesmo com os problemas que elas tiveram, continuarão sendo altamente eficientes”, coloca. “E com o crescimento da base da população há uma maior dependência de energia elétrica, pois as pessoas estão adquirindo mais produtos que dependem dela”.

Tractebel (TBLE3) – Por não ter sido afetada diretamente pela Medida Provisória 579 do governo, a companhia de energia continua sendo recomendada como uma opção interessante para quem procura dividendos. “Esse papel deve ter uma boa rentabilidade, em função de estar fora da medida”, afirma o economista-chefe da corretora Souza Barros, Clodoir Vieira.

Banese (BGIP4) – O Banco do Estado de Sergipe está com suas ações muito bem avaliadas e a instituição apresenta um histórico muito bom de yield. De acordo com a consultora da corretora Prosper, Rita Mundim, essa é uma das empresas que paga melhores dividendos no setor bancário.

“É uma ação muito tranquila, com baixa volatilidade e paga em média 6% de yield, sendo que os bancos costumam ficar na faixa dos 4%. No entanto, sua liquidez é muito pequena, já que o governo do estado detém a maior parte das ações”, ressalta.

Bradespar (BRAP3) – A holding do banco Bradesco e de uma fatia da Vale foi indicada por Vieira, após uma análise de seu histórico de dividendos desde 2008. “A escolha não foi feita com base no retorno do papel no curto prazo”.

Souza Cruz (CRUZ3) – Maior empresa de tabaco do país, a companhia também é considerada pelos especialistas uma boa pagadora de dividendos. “Por mais que haja propagandas desfavoráveis ao setor, ainda há um alto consumo de cigarros e as vendas são significativas”, explica Bittencourt.