BDRs: as estrangeiras querem seu dinheiro

Empresas internacionais chegam à bolsa brasileira por meio dos BDRs; conheça-os e diversifique seus investimentos

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A diversificação dos investimentos com papéis de empresas que vivem uma situação econômica diferente da nacional é apenas uma das vantagens que o investidor pode encontrar ao investir em BDRs (Brazilian Depositary Receipts). “Para o investidor, as principais vantagens são a segurança e a comodidade de operar em moeda e horário de fechamento locais, com a opção de conversão de lastro a qualquer momento, no mesmo dia”, afirma Dirk Reinicke, diretor regional de Direct Securities Services na América Latina do Deutsche Bank, que atua como instituição depositária de BDRs de empresas como Apple, Google, Exxon Mobil, McDonald’s e JPMorgan. 

Por meio deles, o investidor consegue aplicar no exterior com a mesma comodidade de quem investe aqui, sem precisar fazer operações de câmbio ou manter contas de custódia no exterior. Em contrapartida, os recursos e as receitas geradas pelos participantes do mercado ficam retidos no Brasil, fortalecendo o mercado de capitais nacional. 

No entanto, essa modalidade não está ao alcance de todos os investidores. Atualmente, a BM&FBovespa impõe uma limitação severa nesse mercado, restringindo os BDRs não-patrocinados apenas para investidores qualificados – pessoas físicas e jurídicas com investimentos superiores a R$ 1 milhão. Aos outros interessados, resta apenas a possibilidade de investir por meio de fundos. 

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Prática deve crescer
A prática ainda é tímida no Brasil, em parte pela limitação aos pequenos investidores, mas deve crescer nos próximos anos. “As experiências que tivemos no México e na Argentina foram bastante positivas e mostraram que esse é um segmento cuja consolidação e os resultados aparecem no médio e longo prazo”, afirma Reinicke. 

O novo marco regulatório deve ajudar na popularização dos BDRs. “O Banco Central passou a autorizar que investidores estrangeiros de uma empresa com BDRs listados possam converter suas ações nesses títulos, aumentando as possibilidades de arbitragem com os papéis”, explica Cristiana Pereira, diretora de relacionamento com empresas e institucionais da BM&FBovespa.

Entenda!
Os BDRs são divididos em dois tipos: patrocinados e não-patrocinados. Ambos se tratam de ações estrangeiras bloqueadas em seu país de origem, com um equivalente emitido por uma instituição financeira para ser negociado na bolsa brasileira. 

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Entre os patrocinados, há a possibilidade de que a empresa faça a captação de recursos no Brasil, através dos BDRs nível III. Com esse capital, a companhia pode investir no seu crescimento, seja como se fosse uma abertura de capital. 

Já nos BDRs não-patrocinados, a empresa nem mesmo participa. Tudo é feito por meio de uma instituição financeira, que entra com o pedido do programa na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na própria bolsa. Atualmente, há quatro bancos depositários: Deutsche Bank, Citibank, Itaú Unibanco e Bradesco. 

Com isso, empresas com BDRs patrocinados possuem obrigações que as empresas cujos recibos são não-patrocinados não têm. Enquanto empresas que contam com papéis patrocinados , precisam divulgar informações ao mercado simultaneamente no seu país de origem e no Brasil, companhias como Microsoft e Coca-Cola deixam essa responsabilidade aos seus respectivos bancos depositários. 

Cuidado com a regulação!
Antes de investir em BDRs, um aviso: muitas regras do mercado brasileiro não valem para companhias internacionais. Assim, muitas não possuem os padrões de governança corporativa exigidos no Brasil. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a Laep Investments, detentora das marcas Parmalat e Daslu no Brasil. Os BDRs MILK11, que começaram a ser negociados no Brasil em 2007 e já chegaram a valer R$ 82, estão abaixo de R$ 0,50 desde o começo do ano.

BDRs patrocinados na BM&Bovespa

Agrenco

Banco Patagônia

Cosan Limited

Dufry

GP Investments

Laep Investments

Wilson Sons

Pacific Rubiales

Solvay Indupa

TGLT

LAN Airlines

BDRs não-patrocinados na BM&FBovespa

3M Company

Abott Laboratories

Alcoa Amazon

American Express

Amgen Apple

Arcelor Mittal

AT&T

Avon

Bank of America

Bristol-Myers

Caterpillar

Chevron

Cisco Systems

Citigroup

Colgate-Palmolive

Comcast Corporation

Conocophillips

Dell DuPont

eBay

Eli Lilly

Exxon Mobil

FedEx

Ford Motors

Freeport

General Electric

Goldman Sachs

Google

Heinz

Halliburton

Hewlett-Packard

Honeywell

Intel

IBM

Johnson&Johnson

JP Morgan

Kraft Foods

Linkedin

Lockheed Martin

Mastercard

McDonalds

Merck

Microsoft

Monsanto

Morgan Stanley

Netflix

Nike

Oracle Corporation

Pepsico

Pfizer

Philip Morris

Procter Gamble

Qualcomm

Schlumberger

Starbucks

Boeing

Coca-Cola

Dow Chemical

Home Depot

Walt Disney

Time Warner

United Parcel

U.S Steel

Verizon

Visa

Walmart

Wells Fargo

Xerox

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