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SÃO PAULO – A diversificação dos investimentos com papéis de empresas que vivem uma situação econômica diferente da nacional é apenas uma das vantagens que o investidor pode encontrar ao investir em BDRs (Brazilian Depositary Receipts). “Para o investidor, as principais vantagens são a segurança e a comodidade de operar em moeda e horário de fechamento locais, com a opção de conversão de lastro a qualquer momento, no mesmo dia”, afirma Dirk Reinicke, diretor regional de Direct Securities Services na América Latina do Deutsche Bank, que atua como instituição depositária de BDRs de empresas como Apple, Google, Exxon Mobil, McDonald’s e JPMorgan.
Por meio deles, o investidor consegue aplicar no exterior com a mesma comodidade de quem investe aqui, sem precisar fazer operações de câmbio ou manter contas de custódia no exterior. Em contrapartida, os recursos e as receitas geradas pelos participantes do mercado ficam retidos no Brasil, fortalecendo o mercado de capitais nacional.
No entanto, essa modalidade não está ao alcance de todos os investidores. Atualmente, a BM&FBovespa impõe uma limitação severa nesse mercado, restringindo os BDRs não-patrocinados apenas para investidores qualificados – pessoas físicas e jurídicas com investimentos superiores a R$ 1 milhão. Aos outros interessados, resta apenas a possibilidade de investir por meio de fundos.
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Prática deve crescer
A prática ainda é tímida no Brasil, em parte pela limitação aos pequenos investidores, mas deve crescer nos próximos anos. “As experiências que tivemos no México e na Argentina foram bastante positivas e mostraram que esse é um segmento cuja consolidação e os resultados aparecem no médio e longo prazo”, afirma Reinicke.
O novo marco regulatório deve ajudar na popularização dos BDRs. “O Banco Central passou a autorizar que investidores estrangeiros de uma empresa com BDRs listados possam converter suas ações nesses títulos, aumentando as possibilidades de arbitragem com os papéis”, explica Cristiana Pereira, diretora de relacionamento com empresas e institucionais da BM&FBovespa.
Entenda!
Os BDRs são divididos em dois tipos: patrocinados e não-patrocinados. Ambos se tratam de ações estrangeiras bloqueadas em seu país de origem, com um equivalente emitido por uma instituição financeira para ser negociado na bolsa brasileira.
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Entre os patrocinados, há a possibilidade de que a empresa faça a captação de recursos no Brasil, através dos BDRs nível III. Com esse capital, a companhia pode investir no seu crescimento, seja como se fosse uma abertura de capital.
Já nos BDRs não-patrocinados, a empresa nem mesmo participa. Tudo é feito por meio de uma instituição financeira, que entra com o pedido do programa na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na própria bolsa. Atualmente, há quatro bancos depositários: Deutsche Bank, Citibank, Itaú Unibanco e Bradesco.
Com isso, empresas com BDRs patrocinados possuem obrigações que as empresas cujos recibos são não-patrocinados não têm. Enquanto empresas que contam com papéis patrocinados , precisam divulgar informações ao mercado simultaneamente no seu país de origem e no Brasil, companhias como Microsoft e Coca-Cola deixam essa responsabilidade aos seus respectivos bancos depositários.
Cuidado com a regulação!
Antes de investir em BDRs, um aviso: muitas regras do mercado brasileiro não valem para companhias internacionais. Assim, muitas não possuem os padrões de governança corporativa exigidos no Brasil. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a Laep Investments, detentora das marcas Parmalat e Daslu no Brasil. Os BDRs MILK11, que começaram a ser negociados no Brasil em 2007 e já chegaram a valer R$ 82, estão abaixo de R$ 0,50 desde o começo do ano.
BDRs patrocinados na BM&Bovespa
Agrenco
Banco Patagônia
Cosan Limited
Dufry
GP Investments
Laep Investments
Wilson Sons
Pacific Rubiales
Solvay Indupa
TGLT
LAN Airlines
BDRs não-patrocinados na BM&FBovespa
3M Company
Abott Laboratories
Alcoa Amazon
American Express
Amgen Apple
Arcelor Mittal
AT&T
Avon
Bank of America
Bristol-Myers
Caterpillar
Chevron
Cisco Systems
Citigroup
Colgate-Palmolive
Comcast Corporation
Conocophillips
Dell DuPont
eBay
Eli Lilly
Exxon Mobil
FedEx
Ford Motors
Freeport
General Electric
Goldman Sachs
Heinz
Halliburton
Hewlett-Packard
Honeywell
Intel
IBM
Johnson&Johnson
JP Morgan
Kraft Foods
Lockheed Martin
Mastercard
McDonalds
Merck
Microsoft
Monsanto
Morgan Stanley
Netflix
Nike
Oracle Corporation
Pepsico
Pfizer
Philip Morris
Procter Gamble
Qualcomm
Schlumberger
Starbucks
Boeing
Coca-Cola
Dow Chemical
Home Depot
Walt Disney
Time Warner
United Parcel
U.S Steel
Verizon
Visa
Walmart
Wells Fargo
Xerox