Ações de Intelbras e XP com proteções em dólar e juros nos EUA: confira as apostas das gestoras Dahlia, Miles e Truxt

Sara Delfim, Fabiano Custódio e Bruno Garcia falaram sobre suas principais convicções hoje no mercado

Lucas Bombana

(Arte: Leonardo Albertino/InfoMoney)

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SÃO PAULO – Otimistas com o ambiente global em meio à retomada das grandes economias, mas com alguma cautela por conta principalmente do cenário doméstico, gestores de fundos da estratégia long biased têm se aproveitado da flexibilidade permitida pelo mandato para carregar posições em ações de alta convicção, porém com proteções na carteira para servir como para-choque em momentos de aumento do estresse.

Ações da XP e da Intelbras, bem como o tema da busca crescente por novas fontes de energia renovável, estão entre as teses de investimento preferidas nos portfólios de fundos long biased apontadas por gestores da Truxt Investimentos, Miles Capital e Dahlia Capital, respectivamente, durante painel da Expert XP na tarde desta quarta-feira (25).

Por outro lado, como proteção para as carteiras, destaque para apostas compradas (que ganham com a alta) no dólar contra o real e tomadas (que se beneficiam da alta dos prêmios) nos juros americanos, bem como em derivativos que funcionam como uma espécie de colchão amortecedor em caso de queda do Ibovespa.

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“[Os fundos long biased] são uma oportunidade de investir na Bolsa sem ficar tão comprado”, afirmou Luciana Seabra, sócia fundadora e CEO da Spiti. Segundo a especialista, a casa de análise recomenda aos investidores terem, dentro da parcela destinada à renda variável, cerca de 30% na estratégia long biased, para ser mantida idealmente por um prazo de pelo menos cinco anos.

Sara Delfim, sócia fundadora da Dahlia Capital, apontou que esse tipo de fundo consegue gerar um equilíbrio adequado entre o curto e o longo prazo, mirando boas histórias em um horizonte maior de tempo, mas se precavendo dos obstáculos que sempre surgem no meio do caminho.

A especialista disse que o time da gestora tem se debruçado nos últimos tempos para entender com maior profundidade o potencial de novas energias renováveis e sobre quais são as empresas mais engajadas nesse sentido.

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Ambipar, Weg e Ômega foram citadas pela sócia da Dahlia entre as ações de companhias que, a seu ver, estão bem posicionadas para crescer em um ambiente de busca constante por energias mais limpas e perenes.

“São empresas sob o guarda-chuva de clima que gostamos e temos estudado muito”, afirmou Sara. Ela apontou ainda um elemento químico chamado Vanádio, que, de acordo com a gestora, tem alto potencial para desenvolver o negócio de bateria de lítio.

“Gostamos de bastante coisa ainda na Bolsa brasileira”, afirmou a sócia da Dahlia, que destacou os números considerados positivos dos balanços do segundo trimestre de 2021 das companhias locais.

Proteções…

Como proteção para a carteira tendo em vista os riscos domésticos, como as eleições de 2022 e o racionamento de energia, e globais, como o ritmo de crescimento das maiores economias, a Dahlia tem posições que apostam na valorização do dólar.

A mesma estratégia de ter uma aposta na alta da moeda americana é adotada na Miles Capital como seguro para os demais investimentos, juntamente com posições na carteira em derivativos que ganham com uma eventual queda do Ibovespa.

A volatilidade em função da questão política e conforme as eleições se aproximam tende a seguir bastante presente no mercado local, apontou o gestor da Miles, Fabiano Custódio, que colocou também o risco hídrico no radar de preocupações.

Também atenta às fontes renováveis de energia, a Intelbras é hoje uma das maiores apostas no portfólio do long biased da Miles, em meio ao crescimento exponencial esperado pelos gestores para o mercado de energia solar ao longo dos próximos anos.

Pelos cálculos do especialista, a receita da Intelbras com produtos de energia solar, hoje próxima de R$ 400 milhões, deve alcançar a marca de R$ 1 bilhão já no ano que vem. E isso considerando apenas o crescimento orgânico esperado para o negócio, assinalou Custódio, acrescentando ainda ver alto potencial para a empresa crescer por meio de fusões e aquisições.

…e XP a níveis convidativos

No caso da Truxt, Bruno Garcia, CIO da gestora, disse que hoje vê como melhor proteção para as carteiras posições tomadas nos juros americanos, que se beneficiam de uma abertura nas taxas dos títulos do governo dos Estados Unidos, bem como em derivativos que ganham com a queda do Ibovespa. “Está muito barato comprar seguro agora”, afirmou o especialista.

Garcia vê nos papéis da XP uma das grandes oportunidades hoje no mercado. O CIO defendeu se tratar de uma das empresas que mais tira proveito do processo de aumento da penetração do mercado de capitais no país, que ainda deve continuar por um bom tempo, e com preços em níveis considerados bastante convidativos.

Garcia pontuou ainda que a previsão de venda de ações da XP pelo Itaú no mercado tem colocado uma pressão injustificada sobre os papéis da companhia, que, em sua avaliação, tem conduzido um trabalho “brilhante” ao aumentar a oferta de serviços bancários aos clientes da plataforma. “Quando olho a precificação, acho muito barato”, disse o CIO da Truxt.

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