Minoritários elevam tom com OGX, exigem conselho fiscal e criam fundo junto à SLW

Cancelamento da teleconferência do resultado foi a gota d'água para adotar um tom mais rígido com a empresa, diz Willian Magalhães, representante dos minoritários

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após um mês tentando estabelecer um diálogo cordial com a OGX Petróleo (OGXP3), os acionistas minoritários da empresa decidiram adotar um tom mais enfático e “exigir” que seja instalado um conselho fiscal. A gota d’água foi o cancelamento da teleconferência referente aos resultados do 2º trimestre em meio à crise pela qual a empresa está enfrentando na bolsa. No acumulado do ano, os papéis registram desvalorização de 86,07%.

Willian Magalhães, um dos minoritários da OGX com perfil mais atuante, disse ao InfoMoney que nos últimos dias os acionistas ganharam dois reforços de peso para dar continuidade ao movimento que pede por mais voz junto aos dirigentes da petrolífera: o primeiro deles é a união com a SLW Corretora para criação de um fundo para reunir os minoritários da OGX. Magalhães foi convidado por Peter Weiss, sócio diretor da corretora, para ser procurador do fundo; o segundo, refere-se a contratação de uma assessoria jurídica para exigir a instalação de um conselho fiscal, e que para isso precisará reunir detentores de 2% das ações sem direito a voto.

Segundo Magalhães, será preciso mudar um pouco a postura que estava adotando com a empresa. “Precisamos adotar um tom mais enfático e exigir a instalação do conselho fiscal. Vimos até o momento que não há interesse da empresa em atender essa demanda”. O fundo precisa unir ao menos R$ 300 mil antes de passar pela aprovação da CVM. Após isso sera realizada uma reunião em que será votado na escolha do Willian como representante legal, o que o garantirá maior representatividade nas decisões que passarem pelas assembleias da OGX.

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A gota d’água, de acordo ele, foi o cancelamento da teleconferência do balanço. “Se a diretoria entendeu que não era necessário fazê-la em meio ao pior momento da empresa, isso demonstra uma total falta de transparência”, disse. 

Em conversas com Magalhães, a empresa vem sinalizando que não é a principal preocupação instalar um conselho fiscal. “Eles ainda não apontaram uma data para ser realizada a AGE (Assembleia Geral Extraordinária), mas dizem que vão cumprir os prazos legais”. A AGE seria essencial também para discutir a recomposição do conselho de administração, que atualmente conta com apenas quatro membros (nenhum deles independentes). A regra do Novo Mercado estabelece que tenha, no mínimo, cinco integrantes, sendo ao menos um deles independente. A BM&FBovespa deu prazo até 12 de setembro para a OGX cumprir as normas.