OGX negocia parcerias para blocos que levou na 11ª rodada da ANP

O anúncio foi feito semanas antes do prazo final para a confirmação na ANP das garantias oferecidas pela companhia

Reuters

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SÃO PAULO – A petroleira OGX (OGXP3), do grupo do empresário Eike Batista, afirmou na última segunda-feira que negocia parcerias para os blocos que arrematou sozinha na 11ª Rodada de Petróleo, num momento em que a companhia lida com alto endividamento, problemas na produção e escassez de recursos para investimentos.

O anúncio foi feito semanas antes do prazo final para a confirmação, na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), das garantias oferecidas pela OGX para a aquisição dos blocos no leilão.

Pelo cronograma da 11a rodada de maio, as empresas precisam depositar em agosto o bônus pago pelos blocos arrematados no leilão. Isso significa que a OGX, uma das mais ativas na última licitação, terá que dispor de mais de 370 milhões de reais para quitar as áreas arrematadas.

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“A Companhia está trabalhando na solução para garantir o programa exploratório mínimo dos blocos arrematados na 11a Rodada da Agência Nacional do Petróleo… A Companhia acredita ter condições de apresentar essas garantias para a ANP tempestivamente”, afirmou a petroleira em um esclarecimento ao mercado.

A empresa afirmou ainda que “como é prática na indústria do petróleo… negocia parcerias para os blocos que arrematou sozinha na 11a Rodada”, mas destacou que, até o momento, “não existe qualquer negócio fechado que deva ser divulgado ao mercado”.

A OGX tem 100 por cento de seis blocos que arrematou na rodada da ANP, situados nas bacias Potiguar (POT-M-475), Barreirinhas (BAR-M-213, BAR-M-251 e BAR-M-389), do Ceará (CE-M-663) e da Foz do Amazonas (FZA-M-184).

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Em maio, a empresa já havia negociado com a empresa de energia do grupo, a MPX, participação de 50 por cento em outros quatro blocos exploratórios na Bacia do Parnaíba, que também havia adquirido sozinha.

No caso dos dez blocos que adquiriu sozinha, o investimento mínimo previsto na fase de exploração foi estimado pela ANP em 2,6 bilhões de reais.

Uma fonte próxima do grupo EBX, que congrega as empresas de Eike, disse à Reuters na semana passada que, com um endividamento acima de 4 bilhões de dólares, a maioria em bônus no exterior, e uma situação crítica de caixa, a OGX teria que buscar parceiros estratégicos interessados em fazer investimentos na exploração das concessões adquiridas na 11a rodada.

Em meio a dificuldades financeiras, a petroleira anunciou no início de julho a inviabilidade comercial de quatro campos de petróleo, inclusive o único em produção. .

Após a notícia, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou o rating de crédito da petroleira OGX de “B-” para “CCC”, num nível próximo de empresas em situação de default.

Bancos também reduziram a indicação de preço-alvo da ação da petroleira para valores entre 0,10 e 0,30 real por papel, após a companhia suspender projetos de produção na Bacia de Campos, a principal aposta original da companhia.

POUCOS COMENTÁRIOS DE PARCEIRAS

Ao todo, a OGX adquiriu na 11a rodada direitos de concessão sobre sete blocos em águas profundas e dois blocos em águas rasas na Margem Equatorial, além dos direitos nos quatro blocos terrestres situados na Bacia do Parnaíba.

Naqueles blocos em que a OGX venceu a licitação em parcerias, a empresa atuou em sociedade com Exxon Mobil, Total e Queiroz Galvão.

Procurada, a Exxon afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que “não comenta questões internas de outras empresas nem discute planos futuros de negócios”.

A Total afirmou que não tinha imediatamente comentários a fazer sobre o tema. A Queiroz Galvão disse não ver motivos para a OGX não arcar com suas obrigações. Já a MPX afirmou que não tinha comentários sobre o assunto.

(Por Roberto Samora; Reportagem adicional de Cesar Bianconi e Gustavo Bonato, em São Paulo; e de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)