BofA vê ação da OGX a R$ 0,10 e sugere venda total ou liquidação da petrolífera

Para analistas do banco, ação OGXP3 ainda tem espaço para queda de mais de 80%; anúncio da suspensão de desenvolvimento de três poços aumenta em muito o risco para companhia

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio ao impacto da produção com o anúncio da véspera, o Bank Of America Merrill Lynch reduziu o preço-alvo para as ações da OGX Petróleo (OGXP3), passando de R$ 1,00 para R$ 0,10 e mantendo a recomendação underperform (desempenho abaixo da média do mercado). Com isso, os analistas ainda veem espaço para a ação cair 82,14%, levando em consideração o fechamento da última segunda-feira (1), quando as ações fecharam em queda de 29,11%, a R$ 0,56. 

De acordo com os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, o anúncio da suspensão do desenvolvimento em três poços aumenta o risco da OGX ter uma reestruturação bem sucedida do seu negócio. Nesta semana, o risco de diluição para os acionistas minoritários aumenta consideravelmente. 

Entre as alternativas para a empresa, o banco cogita a venda total da petroleira e até mesmo a sua liquidação. Conforme destacam os analistas, a situação financeira complicada da companhia – apesar de possuir US$ 1,1 bilhão de acordo com dados do dia 31 de março, o caixa da companhia está cada vez mais limitado, particularmente com o pagamento de US$ 449 milhões para a OSX Brasil (OSXB3) mesmo com os cancelamentos dos contratos -, os US$ 3,9 bilhões de dívida e os compromissos com a OSX aumentam o risco. 

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Nesta fase, apontam os analistas, uma reestruturação das empresas está cada vez mais provável, podendo assumir a forma de uma reestruturação da dívida, venda de ativos para haver liquidez adicional para financiamento de exploração e desenvolvimento de ativos existentes – incluindo 13 blocos adquiridos na 11ª rodada da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Por fim, McGann e Vegner cogitam até mesmo a venda da empresa e a liquidação total. 

Pressupostos incertos para OGX
Neste sentido, eles veem um alto risco de diluição para o acionista minoritário. Na visão dos analistas, o exercício da put (opção de venda) no valor de US$ 1 bilhão do acionista controlador, Eike Batista, é crítico para a posição financeira da companhia. Os pressupostos dos analistas apontam para o exercício da put, o reforço de US$ 850 milhões para o caixa da companhia com a venda de 40% de Tubarão Martelo para a Petronas e a capacidade de ter uma produção bem sucedida em Tubarão Martelo em 2014-2015. 

Contudo, ainda há muitas incertezas no caminho da petrolífera, que podem incluir decepções frente à produção, menores preços de petróleo, dificuldade de refinanciamento de suas dívidas, custo dos ativos e possibilidade de haver novos passivos frente outras companhias do grupo EBX. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.