OGX negocia abaixo de R$ 1,00; empresa perdeu R$ 72 bi de valor de mercado

Últimos dias têm sido bastante difíceis para Eike, após o comunicado de posição consolidada mostrar que o controlador vendeu R$ 121,8 mi em ações da petrolífera na Bovespa em maio

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Uma das ações mais negociadas na BM&FBovespa, a OGX Petróleo (OGXP3) acaba de bater uma marca histórica no pregão desta quinta-feira (12): pela 1ª vez, a petrolífera de Eike Batista negocia a valores abaixo de R$ 1,00. A empresa, que no seu auge chegou a ter valor de mercado de R$ 75,61 bilhões, vale, com a ação a R$ 1,00, apenas R$ 3,23 bilhões.

Os últimos dias tem sido bastante difíceis para Eike, após o comunicado de posição consolidada mostrar que o controlador vendeu R$ 121,8 milhões em ações da petrolífera na Bovespa em maio – o que seria um “péssimo sinal” para as empresas do grupo, na avaliação da Planner Corretora. “Uma venda deste montante em um momento tão delicado da empresa, com OGXP3 tão depreciada, é um péssimo sinal que pode exacerbar a baixa das ações”, comenta a equipe de análise da companhia.

Essas vendas chegaram a iniciar um rumor de que o megaempresário estaria alterando o cronograma de fechamento de capital da CCX Carvão (CCXC3) ou, na pior das hipóteses, cancelando o fechamento de capital da empresa. As ações da empresa caíram 23,44% na véspera, terminando o pregão aos R$ 2,45. 

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Problemas das empresa
O problema da empresa, porém, pode ser mais fundo que isso: problemas operacionais e financeiros. No mês passado, a companhia viu dois de seus poços apresentarem problemas operacionais no campo de Tubarão Azul, mostrando uma fraca produção de petróleo no período: apenas 3,8 mil barris diários. A produção de gás natural, porém, continua crescendo e colaborou para que a empresa batesse recorde no mês passado. 

Há o problema financeiro também: a companhia apresentou prejuízo de R$ 800 milhões somente nos primeiros três meses de 2013. Cada vez mais o mercado vai precificando um cenário em que a empresa passará por dificuldades financeiras para entregar o que prometeu – já que o fluxo de caixa ainda é bastante negativo. A OGX ainda tem a opção de pedir US$ 1 bilhão de seu controlador para aliviar o caixa, uma “put” firmada no ano passado. 

Ainda há espaço para cair, acredita o Deutsche Bank
Apesar de atingir a mínima histórica ao R$ 0,97, a companhia ainda pode recuar. Na semana passada, o analista Marcus Sequeira, do Deutsche Bank, diminuiu o preço-alvo para os ativos da OGX, passando de R$ 0,80 para apenas R$ 0,70, o que configura um downside de 30% frente o patamar de R$ 1,00 alcançado nessa sessão. 

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Sequeira destacou, em relatório, estar preocupado com o vencimento das dívidas nos próximos meses. A empresa de Eike possui uma dívida de mais de R$ 200 milhões com vencimento em janeiro de 2014. “Dada a situação da empresa, damos uma baixa probabilidade de que a dívida será rolada”, aponta.