XP recomenda compra para ações da Petrobras: “papéis baratos e grandes eventos por vir”

Analista Gabriel Francisco retomou cobertura para os ativos com visão positiva e apontando que grandes avanços estão acontecendo, mas não estão precificados

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A XP Research retomou a cobertura para as ações e ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras(PETR3;PETR4) com recomendação de compra.

Gabriel Francisco, analista da XP, avalia que grandes avanços estão acontecendo dentro da companhia e ainda não estão sendo vistos pelo mercado.

Desta forma, ele aponta que os papéis da estatal continuam excessivamente descontados, negociando a patamares de múltiplos 15% abaixo do histórico e a um desconto de 30% em relação às grandes petroleiras globais. 

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O preço-alvo para as ações PN é de R$ 36, o que configura um potencial de valorização de 38% em relação ao fechamento da última quarta-feira (31). Para os papéis ON, a projeção é de ganhos menores, mas ainda significativos, de 21,6%, uma vez que o preço-alvo é de R$ 35.

O analista ressalta que 2019 foi um ano intenso para a Petrobras, ressaltando três grandes marcos.

São eles: i) a conclusão da renegociação do contrato da cessão onerosa com a União, com um reembolso acordado de US$ 9,058 bilhões para a empresa, ii) a permissão obtida pela empresa no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para a venda de suas subsidiárias sem que haja a necessidade de autorização do Congresso e iii) o sucesso da venda de 90 da rede de gasodutos TAG, além da conclusão da oferta secundária com a privatização da BR Distribuidora.

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Mas ainda mais grandes eventos estão por vir.

Em primeiro lugar, está a perspectiva de privatização de 8 das suas refinarias depois a conclusão das negociações com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), levando a participação de mercado final da Petrobras em refino para 50%.

O outro ponto é a agenda do governo federal para abrir o mercado brasileiro de gás natural, criando mais oportunidades de vendas de ativos . Entre elas, as participações remanescentes nos gasodutos TAG, NTS, a
participação de 51% no gasoduto Brasil-Bolívia, além da empresa de distribuição de gás natural Gaspetro.

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As estimativas se ancoram em uma hipótese de preços de petróleo de US$  60 o barril no longo prazo. Mas, mesmo que existam incertezas quanto à cotação do petróleo, o analista aponta que o mercado ainda não precificou completamente quatro pontos bastante importantes para a companhia, como seguem abaixo: 

  1. a redução da dívida da companhia após a venda de ativos, notoriamente as participações da TAG e BR Distribuidora, chegando a 2,1 vezes a relação entre dívida líquida sobre o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] ante meta de 1,5 vez no final de 2020;

2. queda do endividamento para a meta de 1,5 vez dívida líquida sobre o Ebitda no final de 2020 com a agenda de venda de ativos. A expectativa é de uma potencial geração de recursos entre R$ 77 e R$ 91 bilhões;

  1. os riscos de intervenções em políticas de preços estão permanentemente menores depois da redução da exposição da companhia em segmentos de refino e distribuição; e 

4 – ganhos em potencial com a conclusão da renegociação do Contrato da Cessão Onerosa e leilão dos barris excedentes.

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Desta forma, o analista Gabriel Francisco aponta: “a assimetria de risco-retorno em um momento de transformação histórica é a base fundamental para a recomendação de compra para as ações da Petrobras”. 

Confira os preços-alvos e recomendação da XP para a estatal:

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.