Votação de convocação de Gerdau para depor na CPI do Carf termina sem quórum

A reunião foi encerrada depois que a maioria dos partidos com representantes na CPI, que apura esquema de venda de sentenças no Carf, entrou em obstrução

Reuters

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SÃO PAULO – Pedidos de convocação do presidente-executivo do grupo Gerdau, André Gerdau Johannpeter, para depor na CPI que apura irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) não foram votados nesta quinta-feira por falta de quórum, pois eram necessários 11 deputados presentes e apenas quatro votaram.

Segundo a Agência Câmara, a reunião foi encerrada depois que a maioria dos partidos com representantes na CPI, que apura esquema de venda de sentenças no Carf, entrou em obstrução quando teve início a votação do requerimento de convocação de Gerdau.

Os requerimentos de convocação de Gerdau foram apresentados por seis deputados. “A CPI tem que aprovar a convocação de André e Jorge Gerdau. Teve uma fase da operação Zelotes só para eles”, disse o deputado Altineu Cortes (PR-RJ), segundo a agência.

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No fim de fevereiro, a Polícia Federal realizou sexta fase da operação Zelotes, que investiga fraudes relacionadas ao Carf, com mandados de busca e apreensão em sedes da Gerdau no país. O presidente-executivo do grupo, alvo de um dos mandados de condução coercitiva, se apresentou na Superintendência da PF em São Paulo na ocasião. A Gerdau nega envolvimento em negociações ilegais e afirma que está colaborando com as investigações. [nL2N1641LX]

Na véspera, as ações da Gerdau fecharam em alta de quase 11 por cento. Nesta quinta-feira exibiam recuo de 1,6 por cento.

Os deputados também não votaram a convocação do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a agência, vários parlamentares argumentaram que a convocação do empresário poderia politizar os trabalhos da CPI e que por isso deveria ser deixada para uma próxima fase.

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A comissão, porém, aprovou a convocação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, do ex-secretário da Receita Federal Otacílio Cartaxo, da corregedora-geral do Ministério da Fazenda Fabiana Vieira Lima e do lobista Alexandre Paes dos Santos, afirmou a agência.

(Por Alberto Alerigi Jr.)