Venda da MMX é a melhor solução para empresa, diz Planner

Além das dificuldades do Grupo EBX, avaliação da corretora deve-se também às incertezas quanto ao financiamento de R$ 3 bilhões do BNDES

Paula Barra

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SÃO PAULO – Em meio às dificuldades do Grupo EBX, a Planner Corretora é enfática: “realmente a venda de uma parcela ou todo o controle da MMX Mineração (MMXM3) pode realmente facilitar a empresa em continuar com seu plano de investimento”. 

A Planner iniciou cobertura da MMX no início de 2013, mas com a situação complicada da empresa e do controlador nos últimos meses, a finalização dos investimentos e as projeções de resultados assumiram um grau de incerteza que a fez suspender as projeções e a indicação para a ação até que haja maior clareza quanto ao futuro da empresa. 

Por isso, a corretora acredita que agora a melhor saída seria realmente sua venda. Atualmente, o grupo EBX detém 59,3% da MMX, com restante do capital dividido entre a siderúrgica chinesa Wisco (10,5%) e a sul-coreana SK Networks (8,8%) e os outros minoritários com 21,4%. 

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Nos últimos dias, aumentaram rumores de que a mineradora do empresário Eike Batista poderá ser vendida, dentro de um plano de reestruturação do Grupo EBX. Entre os interessados, estariam o fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, a suíça Glencore Xtrata e a holandesa Trafigura, além de players nacionais, como Usiminas (USIM3; USIM5), Gerdau (GGBR4) e ArcelorMittal.

As ações da mineradora lideravam os ganhos do Ibovespa às 11h01 (horário de Brasília) desta quinta-feira (25), com valorização de 3,97%, a R$ 1,57, enquanto os demais papéis das outras empresas do Grupo EBX registravam desempenho mais ameno: OGX Petróleo (OGXP3, +1,85%, R$ 0,55), LLX Logística (LLXL3, +2,08%, R$ 0,98), OSX Brasil (OSXB3, +2,14%, R$ 1,43) e CCX Carvão (CCXC3, +1,04%, R$ 0,97).

Sem financiamento, MMX não poderá concluir seus projetos
A avaliação da corretora deve-se também às incertezas quanto a um pedido de financiamento no valor de R$ 3 bilhões enquadradado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico) em dezembro do ano passado, mas que segue ainda sem uma decisão final do banco. 

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Por enquanto, ainda é difícil saber o que tem atrasado a concessão deste financiamento, se é por problemas de viabilidade técnica do projeto, licenças ambientais ou dificuldades da empresa em conseguir garantias aceitáveis para o BNDES. Entretanto, os analistas comentam que sem esses recursos, a MMX não poderá concluir seu projeto e tornar-se rentável.

No momento, a MMX tem baixa produção e custos elevados na logística, que fazem sua geração de caixa ser muito baixa. Em 2012, o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de apenas R$ 49 milhões (R$ 7 por tonelada – margem de 6%), enquanto, por exemplo, a CSN (CSNA3) gerou no mesmo período R$ 84 por tonelada vendida de minério, com margem de 48%. Por isso, a Planner reforça que para terminar seus investimentos e se tornar rentável, a MMX ainda precisa de volumes elevados de recursos.