Vale deverá ser prudente em relação a política de dividendos em 2016 e 2017, diz CEO

Caso o minério de ferro fique a 40 dólares por tonelada em 2016, o fluxo de caixa livre ficará negativo entre US$ 2,8 bilhões e US$ 2,2 bilhões

Reuters

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NOVA YORK/RIO DE JANEIRO – A mineradora Vale (VALE3; VALE5) precisa ser muito prudente sobre sua política de dividendos nos próximos dois anos, considerando preocupações com o fluxo de caixa diante de perspectivas de fracos preços do minério de ferro, afirmou o presidente Murilo Ferreira, em evento com analistas de mercado em Nova York.

“Há um claro entendimento de que, em 2016 e 2017, temos de ser muito prudentes sobre a política de dividendos. Estamos construindo uma ponte, a nossa ideia é ir para o Conselho (de Administração) e ter uma discussão clara e aberta”, afirmou Ferreira.

Caso o minério de ferro fique a 40 dólares por tonelada em 2016, o fluxo de caixa livre (FCF, na sigla em inglês) ficará negativo entre 2,8 bilhões e 2,2 bilhões de dólares, segundo apresentação da companhia divulgada por ocasião do Vale Day.

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O cálculo do FCF considera um cenário antes de desinvestimentos, dividendos e amortização de dívida e assume o preço do níquel em 12 mil dólares por tonelada, do cobre em 5,500 mil dólares por tonelada, e o dólar a 3,80 reais.

No mesmo cenário, com o preço do minério a 45 dólares por tonelada, o FCF da empresa ficará negativo entre 1,2 bilhão e 600 milhões de dólares no próximo ano.

Já com o preço da commodity a 50 dólares por tonelada, o FCF em 2016 ficará positivo entre 300 milhões e 900 milhões de dólares.