Usando um acordo de 1920, Ambev cobra WTorre por exclusividade no estádio do Palmeiras

A ideia da companhia é a exclusividade na venda de bebidas no estádio, mas também há uma outra possibilidade levantada pelo Lance!, que seria uma mudança no naming right

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A Ambev (ABEV3) está cobrando a WTorre, construtora responsável pela administração do Allianz Parque (estádio do Palmeiras), por alguns direitos comerciais dentro da arena. Porém, é curioso que esta reivindicação está baseada em uma antiga escritura do terreno, datada de 1920. As informações são do jornal Lance!.

O espaço onde hoje fica o Allianz Parque foi comprado naquela época da Antarctica, que hoje está englobada no portfólio da Ambev. No acordo, ficou estabelecido que a companhia de bebidas teria exclusividade na venda dentro do estádio e alguns outros benefícios, como a reserva de lugares nobres na arquibancada para seus diretores. 

A ideia da Ambev, segundo a publicação é a exclusividade na venda de bebidas no estádio, cota que hoje é negociada pela WTorre. Porém, uma outra possibilidade levantada pelo jornal seria uma mudança no naming right da arena para “Allianz Parque Antarctica”, fazendo referência novamente ao antigo nome do estádio.

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Apesar de toda a discussão, a WTorre, após acionar seu departamento jurídico, disse acreditar que o debate não chegará a lugar nenhum, já que na escritura apresentada à construtora na ocasião da assinatura do acordo com o Palmeiras já não constava a participação da Antarctica.

A WTorre vendeu o nome da arena para a Allianz por R$ 300 milhões, divididos em 20 anos, podendo renovar por mais dez. Antes, a empresa diz que ofereceu os direitos à Ambev, já que o nome “Parque Antártica” já era conhecido pelos torcedores. A empresa teria respondido, à época, que preferia aliar a marca Brahma ao futebol e recusou a oferta, diz o Lance!.

A Ambev confirmou ao jornal a notificação mas negou que tenha reivindicado o naming rights e a venda exclusiva de bebidas no estádio, enquanto a Allianz não quis comentar o caso.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.