Sucesso na bolsa nos últimos anos, Natura deve crescer menos em 2013

Analistas do Citi esperam desaceleração no mercado da empresa no Brasil, mas margens consolidadas devem se sustentar; preço-alvo esperado traz um potencial de alta de 13%

Carolina Gasparini

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SÃO PAULO – O Citi iniciou a cobertura das ações da Natura (NATU3), com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 62,50, baseando-se na opinião de que o aumento na produtividade, o ambiente de custos favorável e a expansão das margens internacionais já estejam refletidos no atual valuation. Com esse target, os analistas veem um potencial de valorização de 13,33%, levando em consideração o valor de face apresentado no fechamento de 24 de janeiro. 

Os papéis da empresa de cosméticos são um dos grandes destaques da BM&FBovespa nos últimos anos. Desde que abriu seu capital na bolsa, em 2004, as ações NATU3 já acumulam ganhos de quase 800% – no mesmo período, o Ibovespa subiu pouco mais de 200%. Nos últimos anos, a distância é ainda maior: de 2009 pra cá, os papéis da Natura subiram mais de 60%, enquanto o benchmark da bolsa brasileira caiu cerca de 12%.

Em relatório, os analistas Alexander Robarts e Marcelo Inoue acreditam que o crescimento do mercado da Natura – de cosméticos, fragrâncias e produtos para cuidados pessoais – deve desacelerar no Brasil em 2013, mas continuar superando a média mundial e o crescimento na faixa de 2% esperado para os Estados Unidos e para o Japão.

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“Apesar da desaceleração, da crescente concorrência das farmácias, do aumento menor no número de consultoras e da exposição maior aos ativos internacionais, as margens consolidadas da companhia devem se sustentar”, dizem os analistas do Citi.

O modelo de vendas diretas da Natura evolui no Brasil com a constante inovação de produtos, a expectativa de prazos de entrega de mais curtos e a crescente produtividade das consultoras. “Esses fatores estão levando ao crescimento de dois dígitos da receita anual. Mas o aumento menor do número de consultoras poderia segurar esse aumento”, comentam os analistas.

“A diretoria da empresa continua avaliando oportunidades de crescimento não orgânico, e não nos surpreenderia ver um acordo internacional no médio prazo”, diz o relatório, destacando ainda que as projeções do Citi já incorporam a aquisição recente da Emeis, que aumentou as vendas em 2,5%.