Stefanini compra Safeway para ampliar atuação em cibersegurança

Stefanini já investiu mais de R$ 750 milhões para ampliar capilaridade pelo mundo; grupo já totaliza 30 marcas dentro e fora do Brasil

Wesley Santana

Stefanini já tem 30 marcas em seu portfólio. Foto: Reprodução

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Um dos principais nomes do mercado de tecnologia nacional, o grupo Stefanini anunciou nesta sexta-feira (10) a chegada de uma nova empresa ao portfólio que já conta com 30 marcas. Desta vez, a adquirida foi a consultoria de cibersegurança Safeway, que tem uma base de 200 clientes espalhados pelo Brasil.

Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, o CEO do grupo, Marco Stefanini, explica que o negócio foi fechado com o foco de complementar a estratégia de cibersegurança. A aquisição, que não teve seu valor divulgado, torna a Stefanini sócia majoritária da Safeway, mas mantém os minoritários na gestão.

“Para nós, a cibersegurança é um tema muito importante por causa de três fatores: 1) é um setor de crescimento rápido, com possibilidade de avanço 50% ano ano; 2) é uma das três maiores preocupações dos executivos para os próximos anos; e 3) pela oferta global, uma vez que 70% do nosso faturamento nessa área vem de fora do país”, destaca Marco.

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A consultoria Safeway foi fundada há 15 anos e, além da atrativa carteira de clientes, ostenta 450 mil horas de consultoria de prevenção a fraudes e ataques cibernéticos e 35 mil ativos monitorados pelo Centro de Operações de Segurança dedicado (SOC, na sigla em inglês). Com isso, ela se junta às outras duas empresas do grupo que têm expertise no assunto, a romena Cyber Smart Defense e a Stefanini Rafael, joint venture com a Rafel, israelense de tecnologia para segurança militar.

“Essa é uma empresa muito bem estruturada em termos de entregas ao clientes e que tem uma base de clientes interessante. Sobretudo, ela traz ofertas de vários serviços que não tínhamos na Stefanini, então ela nos complementa. A conexão é muito grande, pois uma agrega a outra”, pontua o executivo.

Já Umberto Rosti, CEO da Safeway, que deve continuar liderando a operação, destaca que se juntar à capilaridade da Stefanini foi fundamental na decisão de fechar o acordo. “A sinergia entre as empresas, relevante base de clientes e a atuação regional permitirão que a Safeway acelere seu crescimento e participe da consolidação e liderança do mercado de cibersegurança global. Podemos fazer a diferença neste momento em que as ameaças de ataques crescem e que as organizações precisam fortalecer sua postura de segurança”.

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Investimentos de R$ 750 milhões

Há alguns anos, a Stefanini tem apostado em alargar presença no mercado doméstico e internacional, e, para isso, define uma porcentagem do faturamento para investimentos. Em 2021, a previsão era destinar cerca de R$ 500 milhões nos dois anos seguintes para M&As, mas esse montante já foi superado em 50%, somando mais de R$ 750 milhões.

O resultado disso é a maior capilaridade que a empresa adquiriu em áreas prioritárias, além do caixa recorde que tem registrado anualmente. No acumulado do ano passado, o faturamento fechou na casa de R$ 6 bilhões e, para 2023, espera-se um incremento de 25%, conforme as previsões financeiras.

“Fazer aquisições sai mais caro do que o crescimento orgânico, é verdade, mas comprando outras empresas se acelera. Nós, então, fazemos investimentos muito seletivos em projetos que demoraríamos muito tempo para desenvolver internamente”, diz Stefanini.  “Na expansão com empresas digitais, eu agrego e somo valor de forma mais rápida”, completa.

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Agora, a empresa aposta em seus prioridades: cloud, desenvolvimento ágil, segurança digital, análise de dados, marketing digital e soluções financeiras.

“Temos um modelo vitorioso pautado no crescimento orgânico, com aquisições que reforçam o portfólio de competências e tecnologias do grupo. Nosso foco, agora, será crescer em nossa base de clientes, oferecendo as soluções de consultoria em segurança da Safeway que são muito complementares a nossa oferta atual”, diz Marcelo Louro, CFO Global da Stefanini.