Se André Esteves e diretores compraram R$ 10 mi em ações do BTG, por que irei contra?

Relatório de posição consolidada mostrou que a diretoria comprou 402,8 mil units em fevereiro, mês que eles chegaram a ficar abaixo de R$ 25,00 pela 1ª vez desde julho de 2013

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Quem analisou o relatório de posição consolidada – uma exgiência do órgão regulador brasileiro – divulgado pelo BTG Pactual (BBTG11) em 11 de março deve ter percebido que o presidente do banco de investimentos, André Esteves, e seus diretores estão bastante otimistas está com a instituição. O relatório mostrou que nos dias 19 e 20 de fevereiro, Esteves e a diretoria do banco compraram 402.800 units BBTG11, desembolsando quase R$ 10 milhões.

O assunto foi comentado pela Empiricus Research no vídeo semanal no Grana Preta, veiculado na InfoMoney na sexta-feira passada. Os analistas Rodolfo Amstalden e Felipe Miranda ressaltam o momento em que o executivo realizou seu movimento de compra. No dia 18 de fevereiro, as units do BTG ficaram abaixo dos R$ 25, fato que não acontecia desde julho de 2013. “Se as units vierem abaixo dos R$ 25, André Esteves irá mostrar seu poder de fogo”, brinca Amstalden, indicando que o CEO do banco acredita no potencial da companhia. Os analistas da Empiricus reiteram a recomendação de comprar os papéis BBTG11 mesmo em valores acima de R$ 25.

Conforme explica a dupla da Empiricus, o relatório de posição consolidada é uma importante ferramenta para o minoritário identificar a “confiança” dos controladores da empresa. “Eu acho que uma compra por parte da diretoria é melhor que um programa de recompra de ações”, afirma Amstalden. Em um programa de recompra, a companhia usa seu caixa para avaliar um momento bom de compra de ações, mas pode cancelar o programa sem realizar esses movimentos. Por outro lado, quando a diretoria adquire papéis, são os executivos usando o próprio dinheiro para comprar os ativos, uma sinalização ainda mais clara de que eles acreditam ser um bom momento para se adquirir ações da companhia.

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Para mostrar essas movimentações, as empresas precisam, obrgatoriamente, publicar o documento CVM 358 de posição consolidada. Esse tipo de informação está diponível no site de Relação com Investidores de cada companhia, onde ela precisa informar se sua diretoria, conselho de administração, conselho fiscal ou algum órgão técnico adquiriu ou vendeu papéis de emissão própria.

Alta pós-compra de Esteves
Após fechar em R$ 24,70 no dia 18 de fevereiro, a diretora do BTG comprou 150.000 units do banco, gastando R$ 3.675.000 no dia 19, data em que os ativos fecharam a R$ 24,60. Já no dia seguinte, foram adquiridas 252.800 units, movimentando R$ 6.319.976. Naquela sessão, os ativos subiram 4,14% e encerraram o dia a R$ 25,62. De lá para cá, as units subiram mais 5,78% e na última sexta-feira (21) atingiu os R$ 27,10.

Vale mencionar que os papéis encontram-se ainda abaixo dos R$ 31,45 que a unit valia quando estreou na Bovespa, em abril de 2012.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.