Revisão: aliança entre Renault e Nissan passará por mudanças; entenda

O relacionamento desigual entre as duas montadoras, é fonte de atrito entre os executivos de ambas companhias há muito tempo

Equipe InfoMoney

Carlos Ghosn: ex-execuivo da Nissan (Shutterstock)

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Nissan e Renault revelaram nesta segunda-feira (6) detalhes da reformulação da parceria entre as montadoras. Entre os novos termos da parceria estão o compromisso do grupo japonês em comprar uma participação de até 15% na unidade de veículos elétricos da francesa, Ampere, e a redução anunciada anteriormente da participação da Renault na Nissan.

Os novos acordos visam tornar a aliança mais livre e equilibrada pelos próximos 15 anos, disse o presidente-executivo da Renault, Luca de Meo.

O relacionamento desigual entre as duas montadoras, é fonte de atrito entre os executivos de ambas companhias há muito tempo e foi ainda mais abalado em 2018, com a prisão do executivo que idealizou a aliança das empresas, Carlos Ghosn, em meio a um escândalo financeiro.

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Durante apresentação dos novos termos da alinça, Meo afirmou que. a nova configuração é “muito melhor em relação ao que tivemos nos últimos anos”.

“Temos agora um novo esquema de governança que é muito mais direto, agora podemos operar como uma empresa normal. Visto da Renault, trata-se de recuperar alguma agilidade estratégica sem quebrar necessariamente os laços e as sinergias que existiam.”

O tamanho do investimento da Nissan ou mesmo um compromisso firme de colocar dinheiro na unidade de veículos elétricos do grupo francês, o principal negócio da Renault que deve ter ações listadas no mercado, até agora não está claro. Em fala a jornalistas, o presidente-executivo da Nissan, Makoto Uchida, considerou o aporte estratégico para a companhia japonesa. “Consideramos a Ampere um facilitador para a Nissan participar de novas oportunidades de negócios na Europa”, disse , a jornalistas e analistas.

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O presidente-executivo da Mitsubishi, Takao Kato, disse que a Ampere também fará parte da estratégia europeia de veículos elétricos e que a empresa “estudará mais” sua participação acionária na unidade.

Nenhum detalhe financeiro foi divulgado nesta segunda-feira sobre a avaliação do negócio, que algumas fontes indicaram que pode chegar a 10 bilhões de euros.

Desatando nós

Nissan e Renault já haviam anunciado que a montadora francesa reduziria sua participação na Nissan de 43% para 15%, transferindo uma participação de 28% para um fundo francês.

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A Renault terá flexibilidade para vender as ações da Nissan mantidas no fundo, mas “não tem obrigação de vender as ações dentro de um período de tempo pré-determinado”, disse a companhia.

De Meo disse que a Renault agirá de “boa fé” e venderá suas ações da Nissan de “maneira ordenada”. Quando vender, a Nissan terá direito de primeira oferta.

As empresas também buscam sinergias de projetos conjuntos na Europa, Índia e América Latina, e trabalharão juntas nos negócios de veículos elétricos, eletrônicos e baterias de estado sólido.

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O amplo reestruturação da aliança de 24 anos ocorre após meses de intensas negociações complicadas por preocupações sobre o compartilhamento de propriedade intelectual, já que a Renault buscava alianças com empresas de fora da parceria, incluindo a chinesa Geely.

(Com informações da Agência Reuters)

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