Pregão de hoje confirma “cilada” e ação da Metal Iguaçu despenca 24% após grupamento

Na mínima do dia, ações chegaram a marcar perdas de 37,20%; com grupamento de 50 para 1, papéis saíram de R$ 0,05 (fechamento de ontem) para R$ 2,50, abrindo espaço para cair ainda mais

Marília Kazmierczak

Publicidade

SÃO PAULO – Para quem já acompanha o mercado de ações há um bom tempo, um comportamento tem se tornado quase que regra para os investidores: quando uma empresa realiza desdobramento de ações, elas sobem; quando é um grupamento, elas caem. O quase “dito popular” se mostrou real esta sexta-feira (29), com a Metalgráfica Iguaçu (MTIG4).

Os papéis preferenciais da produtora de latas de aço, que fecharam ontem R$ 0,05, passaram a valer R$ 2,50, após o grupamento na razão de 50 para 1. Nesta sessão, os papéis MTIG4 fecharam com queda de 24,0%, indo para R$ 1,90. Na mínima do dia, eles chegaram a valer R$ 1,57, o que representava um recuo de 37,20%

O volume financeiro chegou a R$ 244,97 mil, o maior desde 14 de agosto do ano passado, o que deixa claro que houve uma grande corrida dos investidores para se desfazer do papel.

Continua depois da publicidade

Como nos grupamentos feitos nos últimos meses com ações que valiam centavos, o mercado reagiu no pregão seguinte com força para baixo. Isso porque embora o valor de face da ação tenha aumentado, os fundamentos da empresa permanecem os mesmos de quando ela valia poucos centavos. Ou seja, se a companhia não conseguir mostrar uma melhora de perspectiva após o grupamento, a tendência é que suas ações simplesmente tenham mais espaço para cair na Bolsa. 

De 2014 pra cá, a Metal Iguaçu já perdeu cerca de 60% de valor de mercado. Quando perguntando sobre a possibilidade do grupamento abrir espaço para ainda mais quedas, o diretor da empresa disse ao InfoMoney em entrevista realizada em março que não comentaria o assunto, já que isso “depende das forças de mercado”.

Outros casos
Outro exemplo de “cilada” é a JB Duarte (JBDU4): a fabricante de bambu e eucaliptos agrupou suas ações ordinárias e preferenciais no dia 15 de dezembro, na razão de 100 para 1, tirando as cotações de ambas da incômoda região abaixo de R$ 0,10. No entanto, no pregão seguinte, as ações da companhia despencaram por volta de 30%. De lá para cá, a desvalorização já supera a faixa dos 40% e as ações operam a R$ 3,60.

Mas isso não acontece só com as small caps, as “grandes empresas” também perdem. Como exemplo podemos citar a Oi (OIBR4), companhia cujas ações fazem parte do Ibovespa e no final de 2014 realizou um grupamento na proporção de 10 para 1. No primeiro pregão pós-grupamento, os papéis da companhia de telecomunicações despencaram 10%, e estenderam suas perdas ao longo de 2015. Hoje as ações valem R$ 7,07.