Prazo para adesão à aliança global por vacina contra Covid acaba nesta sexta; Brasil pede mais tempo para decidir

O objetivo da Covax é facilitar o acesso à futuras vacinas, evitando que guerras de patentes e disputas econômicas prejudiquem a imunização da humanidade

Allan Gavioli

(Getty Images)

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SÃO PAULO – Acaba nesta sexta-feira (18) o prazo dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a adesão de novos países à aliança internacional de vacinação contra o novo coronavírus, chamada de Covax. Nesta quinta (17), o Brasil pediu mais tempo para decidir se irá se comprometer com a iniciativa ou não.

Os países interessados em participar devem apresentar um compromisso formal de colaboração financeira com o programa. Segundo a OMS, mais de 170 países já aderiram ao programa.

O objetivo da Covax é facilitar o acesso à futuras vacinas, evitando que guerras de patentes e disputas econômicas prejudiquem a imunização da humanidade.

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“O Brasil, assim como outros países, segue em tratativas junto à Aliança Global de Vacinação (Gavi) para a extensão do prazo para a formalização da participação do Brasil na iniciativa”, diz um trecho da nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom)

O programa busca de criar um fundo global para adquirir 2 bilhões de doses das vacinas até o fim de 2021 e poder fazer uma distribuição igualitária entre os países membros, favorecendo nações mais pobres que dificilmente teriam o poder financeiro e de negociação para comprar o medicamento no mercado internacional.

Os países participantes terão o direito de receber um número suficiente de doses para imunizar 20% da sua população. Cerca de 90 países estão no grupo dos que podem receber as vacinas em condições mais vantajosas. Outros 80 países mais ricos que expressaram interesse em participar do programa, incluindo o Brasil, contribuiriam como “financiadores” do projeto e também poderiam ter acesso às vacinas da mesma maneira.

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Para Seth Berkley, diretor executivo da Gavi, que co-dirige a iniciativa com a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi) e a OMS, a Covax pode ser a única solução verdadeiramente global para a crise do coronavírus.

“Para a grande maioria dos países, quer eles possam pagar suas próprias doses ou precisem de assistência, a cooperação significa receber uma parte garantida das doses e evitar ficar no fim da fila”, disse ele a uma assembleia da OMS, indicando que, até mesmo países que já possuam outros acordos para obtenção de vacinas firmados, podem aderir à Covax.

Esse é, por exemplo, o caso da França. O país providenciará financiamento para uma iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a compra de vacinas em potencial contra a Covid-19, mas não obterá imunizantes por meio do programa, disse uma autoridade do Ministério da Saúde nesta quinta-feira.

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Em vez de recorrer ao projeto global de vacinas da OMS, conhecido como Covax, a França garantirá doses por meio de um esquema conjunto organizado através da União Europeia, disse o funcionário do Ministério da Saúde da França à Reuters.

Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.