Planner não vê com bons olhos possível participação da CCR em aeroportos

Para a corretora, aquisições pressionariam o endividamento da empresa, que já está sendo negociada com múltiplos elevados

Edilaine Felix

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SÃO PAULO – A possibilidade da CCR (CCRO3) de adquirir participação em aeroportos não agradou a equipe de análise da Planner Corretora, sobretudo por conta do endividamento da empresa, que pode aumentar para níveis perigosos com essas aquisições.

Conforme mostra Rafael Andreata, analista da corretora que cobre as empresas do setor de infraestrutura, os múltiplos da CCR mostram que a companhia está relativamente “cara” em relação aos seus pares. “As ações da CCR são negociadas 21,7 vezes de P/L (Preço/Lucro) e 9,2 vezes do EV/Ebitda (Valor de mercado/geração operacional de caixa) em 2011”, múltiplos considerados altos para o setor”, avalia Andreata.

O analista destaca ainda que os três aeroportos que a CCR estuda adquirir participação – Aeroporto Internacional do Equador, Aeroporto Internacional da Costa Rica e Aeroporto Internacional de Curaçao, todos eles com participação entre 40% e 50% da Andrade Gutierrez ou da Camargo Correa, ambos acionistas majoritários da CCR – possuem um nível de alavancagem três vezes maior que o Ebitda, o que no consolidado pode vir a afetar o resultado da companhia, por conta do aumento de despesas financeiras.

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Outras preferências no setor
Diante de tudo isso, Andreata destaca que, dentro do setor de infraestrutura, tem preferência por outros dois players, a Triunfo (TPIS3) e a OHL Brasil (OHLB3), citando que ambas são negociadas com múltiplos mais atrativos que a CCR.