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SÃO PAULO – Após ganhos de R$ 7,74 bilhões no último trimestre de 2012, a Petrobras (PETR3, PETR4) registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 21,18 bilhões no ano de 2012, queda de 36,42% frente o lucro líquido de R$ 33,31 bilhões visto no mesmo período em 2011. O resultado da estatal veio acima das projeções compiladas pelo Portal InfoMoney, que era de lucro líquido de R$ 18,95 bilhões no ano, de acordo com os analistas de Deutsche Bank, Itaú BBA, BES, Ágora e Planner. Eles estivam ganhos de R$ 5,367 bilhões no último trimestre.
No ano, a companhia teve produção média de 2,598 milhões de barris de petróleo por dia, queda de 1% frente 2011. Como importa para suprir a demanda nacional, a disparidade entre o preço dos derivados no Brasil e no exterior fez com que o lucro recuasse mais agressivamente do que a produção. A presidente da companhia Maria das Graças Foster destaca que está determinada para consolidar as melhorias de gestão na companhia.
“Pautados pela transparência e pragmatismo, continuaremos dedicando todo nosso conhecimento e esforços para atingirmos as metas do nosso Plano de Negócios e Gestão, o que se refletirá no aumento de valor para nossos acionistas e investidores”, afirma. O resultado da Petrobras vem em um momento complicado, no qual a companhia é comparada com a PDVSA.
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Receita e geração operacional de caixa
A receita de vendas da petrolífera no ano ficou em R$ 281,38 bilhões, superando em 15% o montante visto no mesmo período de 2011. Contudo, o número ficou aquém o esperado em 0,63%. No trimestre, as receitas foram de R$ 73,405 bilhões, alta de 12,48%, mas 3,28% abaixo do esperado.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) ficou em R$ 53,43 bilhões no ano, mostrando piora de 14,15% em relação ao mesmo período do ano passado, quando essa linha atingiu os R$ 62,246 bilhões. Em relação às expectativas, o Ebitda veio 4,08% abaixo. A discrepância foi superior entre o estimado e o reportado no trimestre: 14,15%, atingindo os R$ 11,94 bilhões.
Resultado financeiro e custo de produtos vendidos
O resultado financeiro líquido da Petro foi negativo em R$ 3,72 bilhões no ano, frente a receita financeira de R$ 122 milhões durante o ano de 2011. “Isso ocorreu pelos efeitos da depreciação cambial sobre o maior endividamento líquido”, explica a companhia.
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A petrolífera reportou ainda um aumento de 26% no custo dos produtos em 2012, atingindo os R$ 43,53 bilhões. De acordo com a empresa, três fatores justificam isso: o aumento de 8% no volume de vendas no mercado interno, graças às importações, o efeito da depreciação cambial sobre as importações de petróleo e o aumento da depreciação e depleção, graças à entrada em operação de novas instalações.
(em R$ milhões) | 2012 | 2012E* | 2011 | 2012/2012E | 2012/2011 | 4T12 | 4T12E** | 4T11 | 4T12/4T12E | 4T12/4T11 |
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*Média das projeções entre Deutsche Bank, Itaú BBA, BES, Ágora e Planner **Média das projeções entre Deutsche Bank, Itaú BBA, Ágora e Planner |
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Receita Líquida | 281.379 | 283.169 | 244.176 | -0,63% | +15,24% | 73.405 | 75.901 | 65.257 | -3,28% | +12,48% |
Ebitda | 53.439 | 55.711 | 62.246 | -4,08% | -14,15% | 11.944 | 14.359 | 14.054 | -14,15% | -15,01% |
Lucro líquido | 21.182 | 18.958 | 33.313 | +11,73% | -36,42% | 7.747 | 5.367 | 5.049 | +44,35% | +53,44% |
** Geração operacional de caixa ou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
*** Relação percentual entre receita líquida e geração operacional de caixa
Resultado por segmento
A empresa mostrou resultados distintos em seus seis segmentos. Apenas o principal, E&P (Exploração e Produção), e Distribuição mostrou melhora. Os segmentos de Abastecimento, Biocombustível, Gás & Energia e Internacional mostraram piora no ano.
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E&P (Exploração e Produção) teve ganhos líquidos de R$ 45,44 bilhões no terceiro trimestre, o que corresponde a um crescimento de 11,95% frente 2011. “O aumento do lucro líquido decorreu da elevação dos preços de venda e transferência do petróleo nacional, refletindo a depreciação cambial e a redução do impairment, o que foi parcialmente compensado pela elevação dos custos com manutenção e intervenção em poços, afretamento de plataformas, depreciação de equipamentos e participações governamentais”, avalia a companhia.
Já a produção nacional caiu 0,93% no ano, atingindo 2,35 milhões de barris de petróleo equivalente por dia. “A produção de petróleo reduziu em função do maior número de perdas operacionais e da interrupção da produção em Frade”, afirma a companhia – lembrando que a entrada em produção de novos poços e a melhoria dos níveis de eficiência na Bacia de Campos compensaram esse efeito.
Abastecimento
A área de abastecimento foi uma das grandes responsáveis pela piora dos números da companhia. O resultado negativo de R$ 9,95 bilhões cresceu para um rombo de R$ 22,93 bilhões – crescimento de 129,42%. A companhia destaca a elevação de custos com aquisição e transferência de petróleo e importação de derivados, embora a produção destes tenha crescido cerca de 5% internamente.
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É válido destacar que as importações de petróleo e derivados cresceu 4%, atingindo 7792 mil barris diários. A exportação caiu 13% passando de 631 mil barris para 548 mil barris por dia. A companhia afirma que procurou atender a maior demanda do mercado doméstico.
Gás & Energia
No segmento de Gás & Energia, houve uma queda de 47,31% no resultado líquido do período frente ao ano de 2011, chegando a R$ 1,638 bilhão. “A redução do lucro líquido decorreu das menores margens de comercialização de gás natural, refletindo o efeito cambial sobre custos de importação, fator parcialmente compensado pelo aumento da receita da geração”, comunicou a empresa.
Biocombustível, distribuição e internacional
No segmento de biocombustível, o resultado líquido negativo de R$ 157 milhões em 2011 foi elevado para R$ 218 milhões em 2012, decorrência da mudança nas regras dos leilões, ocorridas no último trimestre de 2011, atenuando as perdas..
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Já a área de distribuição fechou 2012 com lucro líquido de R$ 1,79 bilhão, alta de 53% na passagem anual. “O aumento no lucro líquido decorreu do crescimento em 16% nas margens de comercialização, em função da volatilidade de preços do etanol observada em 2011”, finaliza a companhia.
A refinaria de Pasadena impactou diretamente a área internacional da companhia, que apresentou queda de 33% no lucro líquido, atingindo R$ 1,305 bilhão. A refinaria problemática ocasionou perdas de R$ 464 milhões no ano.