Oi e Portugal Telecom anunciam megafusão; sinergias de R$ 5,5 bilhões

CorpCo será listada nas bolsas de São Paulo - onde participará do Novo Mercado -, Nova York e Lisboa e não terá nenhum grupo controlador

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Oi (OIBR3; OIBR4) e Portugal Telecom deverão se fundir em uma única empresa, comunicaram as empresas na madrugada desta quarta-feira (2) – após assinar um MOU (Memorando de Entendimento). A medida, que era especulada pelo mercado desde que Zeinal Bava assumiu a presidência da Oi, deverá criar a CorpCo, maior empresa de telecomunicações em países falantes da língua portuguesa, no primeiro semestre de 2014. 

As empresas estimam sinergias operacionais e financeiras de aproximadamente R$ 5,5 bilhões de reais, que devem aumentar conforme a CorpCo consiga aumentar sua liderança em Portugal, nos países africanos onde já atua e fortalecer a presença nos mercados brasileiros, onde é, atualmente, a 4ª colocada. A CorpCo será listada nas bolsas de São Paulo – onde participará do Novo Mercado -, Nova York e Lisboa e não terá nenhum grupo controlador. 

Pretende-se realizar um aumento de capital da Oi em, no mínimo, R$ 13,1 bilhões, sendo parte decorrente das operações da PT e R$ 8 bilhões restantes em dinheiro, para melhorar a “flexibilidade de balanço da CorpCo”. Acionistas da TelPart e de um fundo de investimentos do BTG Pactual participarão do aumento de capital subscrevendo aproximadamente R$ 2 bilhões.

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Cada ação da PT se tornara uma nova ação ordinária da CorpCo, mesma relação entre as ordinárias da Oi. Cada 1,0857 ação preferencial, listada sob o código OIBR4 da Oi será substituída por 1 ação ordinária da nova companhia. As relações foram estabelecidas com parâmetro nas cotações de mercado da Oi no período de 30 dias anteriores ao anúncio.

A nova empresa deverá ter uma receita de R$ 37,5 bilhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de R$ 12,8 bilhões) e fluxo de caixa operacional de R$ 4,2 bilhões – com dívida de R$ 41,2 bilhões. Bava, que atualmente é o CEO (Chief Executive Officer) tanto da PT quanto da Oi, continuará presidindo a nova companhia.

A operação ainda precisa ser aprovada pelos acionistas de ambas as companhias e pelas autoridades regulatórias competentes, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Essa operação é um avanço em relação à parceria entre as duas companhias firmada em 2010, quando a PT vendeu a sua parte na Vivo para a Telefônica Brasil (VIVT4).